– O presidente vai vetar esse fundão de R$ 5,7 bilhões -. Com essa convicção em relação à postura de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a polêmica dos últimos dias, o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) já se antecipou e encaminhou nesta sexta-feira (23) ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) um pedido. – Pedimos ao senador que a sessão conjunta do Congresso, além de ter votação nominal, como deve ser, que seja presencial, pois todos tem que colocar claramente o que pensam – observou.
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Daniel está entre os deputados que votaram a favor da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022 na qual constam os R$ 5,7 bilhões para o Fundo Eleitoral. Mas se justifica. – O que aconteceu foi uma covardia. Eu já tinha votado contra os R$ 2 bilhões para o fundão, entendo que dinheiro público não é para pagar santinho de candidato – afirmou o deputado, que se coloca a favor de outro modelo, semelhante ao financiamento privado.
– Essa matéria foi um jabuti – apontou, citando um jargão político para justificar como se chegou aos R$ 5,7 bilhões. – Isso não saiu do governo, saiu da Comissão Mista de Orçamento, dali veio para a votação da LDO. Qualquer deputado coerente e responsável vota a favor da LDO, o governo precisa dela para governar. Depois, nos destaques, partiríamos para discutir o fundão – argumentou.
O deputado reforçou crítica severa ao colega Marcelo Ramos (PL-AM), que estava presidindo a sessão quando da votação da LDO. – Ele transformou algo tão importante em uma votação simbólica, não abrindo margem para os votos nominais nem para o debate. Por isso vem agora o meu pedido. A partir do veto que o presidente dará, será possível chamar o Congresso todo para discutir e votar essa matéria presencialmente – destacou Daniel.
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Deputado teme derrubada do veto
Mas o deputado catarinense ainda teme que um eventual veto do presidente Bolsonaro ao fundão de R$ 5,7 bilhões seja derrubado no plenário. – Meu voto é com o presidente, pela manutenção do veto, mas temo que não consigamos manter esse veto. Sâo muitos partidos e interesses. O PT vai triplicar o valor no novo fundão – citou.
Daniel Freitas lembrou que, em momento algum, o aumento do fundão esteve em pauta recente no Congresso. – A última vez que falamos de fundão aqui foi em 2019, quando aprovaram os R$ 2 bilhões com o meu voto contra – reforçou.
Ele mencionou, ainda, que não tem conhecimento sobre qualquer possibilidade de estabelecimento de um valor intermediário, em torno de R$ 4 bilhões, para que as bancadas sejam agradadas com esse possível acréscimo e o governo minimize o impacto de um desgaste público com o caso. – Essas conversas acontecem na reunião de líderes, e não tenho conhecimento que estejam tratando disso. Nosso líder não nos disse nada – destacou Daniel.
A expectativa é que o presidente Bolsonaro formalize o veto no começo da semana. Depois, há um prazo regimental a ser seguido. – A expectativa é que a matéria volte ao plenário até 25 dias depois da votação original. Espero que com todos presentes para dar a cara a tapa e mostrar ao Brasil o que cada um pensa de fato desse fundão – completou o deputado catarinense.
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Abaixo, o ofício de Daniel Freitas para o senador Rodrigo Pacheco:

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