Se há uma discussão que passou à margem da recente eleição ao Governo do Estado, esta foi a solução urgente que demanda a área da segurança pública em relação a efetivos. As polícias Civil e Militar minguam em seus “pelotões”, cada vez menos numerosos e mais abatidos por uma circunstância natural e vegetativa: a do envelhecimento e da consequente aposentadoria dos quadros.

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Criciúma vive essa realidade com dureza. – Assumi a delegacia regional em janeiro de 2019 e, até hoje, perdemos 34 policiais por aposentadoria – confirma o delegado Vitor Bianco Júnior, assombrado e aflito. – Éramos 174 policiais quando assumi, hoje somos 140 -. Com isso, Bianco acredita que a regional de Criciúma é, das situadas no litoral catarinense, a mais carente em pessoal.

E a situação tende a piorar. – É que, se for confirmada nas próximas semanas a aposentadoria de mais um delegado, seremos obrigados a fechar uma delegacia em Criciúma – anuncia o titular regional. Atualmente, os delegados na ativa se revezam para dar conta de outra delegacia que só não foi fechada por conta desse expediente: a de Lauro Müller, cidade distante 44 quilômetros de Criciúma.

Os recorrentes pedidos de apoio ao Governo do Estado seguem sendo enviados. – Solicitei um número de policiais que certamente não virá. Pedi 76 novos, o que ainda não seria o ideal – avalia. Bianco conta que, para dar conta das atividades com a escassez de agentes, escrivães e delegados, precisou criar novas rotinas. – Estamos tendo que tirar pessoal da investigação para atender os plantões em delegacias -. Com isso, a Polícia Civil recua no cumprimento de seu principal dever na região de Criciúma, que é investigar. – E estamos cientes que essa é uma realidade estadual – constata.

A Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) aguarda para os próximos dias uma visita do governador eleito Jorginho Mello (PL). – Nós vamos pedir um compromisso de reforço do nosso efetivo policial, que está muito aquém nas duas polícias – sublinha o prefeito de Forquilhinha e presidente da Amrec, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho (PSD). – A situação é caótica – arremata.

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