Um homem de 29 anos que mora em Imbituba encontra-se internado no Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, contaminado pela febre amarela. Trata-se do sétimo caso da doença registrado em Santa Catarina em 2021, e esse atinge uma cidade de 21 mil habitantes distante 20 quilômetros de Criciúma.

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— É que essa pessoa esteve por aqui, a trabalho, por umas três semanas. E isso foi recentemente — conta a secretária municipal de Saúde de Urussanga, Ingrid Zanelatto. — Ele mora em Imbituba, mas existe essa suspeita de que possa ter se contaminado aqui — reconhece.

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Quatro macacos mortos

O temor em relação a um possível avanço da doença pela cidade se avolumou nos últimos dias por conta da aparição de macacos mortos. Esse é um sinal, conforme as autoridades em saúde, de possível contaminação pela febre amarela. — É importante lembrar que o macaco não é um transmissor, mas sim um hospedeiro — observa Ingrid.

As mortes dos primatas (em áreas de matas, uma no bairro Brasília, na semana passada, e três no bairro De Villa, no último fim de semana) ainda não estão com causas conclusivas, embora o alerta reforçado para febre amarela. — É uma suspeita. Seguindo os protocolos, colhemos as amostras e enviamos para o laboratório em Florianópolis. — reitera a secretária.

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De pronto, as medidas sanitárias exigidas foram adotadas. — Vistoriamos as regiões onde os macacos foram encontrados mortos, visitamos as residências mais próximas e reforçamos a orientação sobre a necessidade da vacinação — salienta.

Mais doses e salas de vacinação

Com essas suspeitas (o caso de Imbituba e as mortes dos macacos) Urussanga reforçou a vacinação. — Não temos um número preciso de quantos cidadãos já vacinamos, mas ampliamos a oferta de vacinas, que antes se dava apenas na sala de vacinação do Centro e agora levamos para todos os bairros — conta Ingrid. — Mas como temos uma população com costume de viajar, a vacinação de febre amarela é bem frequente aqui — pondera. 

O município requereu nesta segunda-feira ao estado o envio de mais mil doses de vacina contra a febre amarela.

A meta em Urussanga é reforçar a vacinação
A meta em Urussanga é reforçar a vacinação (Foto: Comunicação Prefeitura de Urussanga / Divulgação)

A vacinação é ofertada para a população de 9 meses de idade a 59 anos. — Além de procurar a vacina, recomendamos à população que use repelentes, já que o mosquito é o transmissor — reforça.

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Conciliando as vacinas

Outro desafio é conciliar o necessário reforço da vacinação contra a febre amarela com as demais campanhas, da Covid-19 e da gripe Influenza. — Nossa equipe está com trabalho reforçado, a demanda aumentou bastante, mas estamos dando conta — sublinha Ingrid.

Febre amarela na rotina das vacinas, junto com Covid e Influenza
Febre amarela na rotina das vacinas, junto com Covid e Influenza (Foto: Maykon Lammerhirt / Agência RBS)

Contra a Covid, Urussanga já recebeu 6.692 doses e aplicou 5.633 vacinas, atingindo mais de 95% da população com 60 anos ou mais.

Nenhum dos contaminados estava vacinado

Conforme a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), dos sete positivados para febre amarela em 2021 em Santa Catarina nenhum estava vacinado, e dois já foram a óbito: um paciente de Águas Mornas e outro de São Bonifácio. Os demais registros são de Anitápolis, um segundo caso de Águas Mornas, Blumenau e Taió.

A febre amarela se caracteriza por febre alta, mal súbito, sensação de mal estar, dores de cabeça e musculares, cansaço, calafrios, vômitos e náuseas. Em quadros mais graves, apresenta elevação da febre, diarreia, icterícia (olhos amarelados), hemorragia e danos a órgãos vitais como fígado e rins.

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