O cenário era, e ainda é, de um desastre ambiental na Lagoa do Camacho, importante manancial hídrico do Sul de Santa Catarina entre os municípios de Jaguaruna e Laguna. Ocorre que a Barra do Camacho, o canal que conecta lagoa e Oceano Atlântico, sofre com crônicos assoreamentos. Com isso, a água não passa e, sem essa troca, os camarões não se reproduzem, os peixes não crescem e os pescadores sofrem. E a lagoa, idem.
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Um passo importante para solucionar esse problema foi dado nesta sexta-feira (7). O governador Carlos Moisés autorizou o início das obras de desassoreamento e enrocamento da Barra do Camacho. Com investimento de R$ 10 milhões, o canal será dragado. Outros R$ 4,3 milhões serão destinados à ampliação dos molhes, com mais pedras na foz do canal, no chamado enrocamento, cuja licitação foi concluída pela prefeitura de Jaguaruna e o contrato será assinado nos próximos dias.
Hoje, é possível caminhar pelo canal praticamente sem molhar os pés em muitos pontos. A água, que era para ser abundante, corre por um pequeno curso d´água. Um paliativo foi feito durante o ano, mas o problema voltou a agravar-se a partir de outubro.
O drama dos pescadores
E o apelo de um pescador na placa ao lado da ponte que passa sobre o canal ilustra bem o tamanho da aflição das 1,5 mil famílias que vivem da pesca por ali. – Não pesquei mais nada, preciso muito pescar. Não sei mais o que fazer. Ajuda-nos a abrir essa barra – clamou o trabalhador.
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– Hoje começa a retirada da areia aqui do canal – garantiu Moisés, que esteve no local, viu de perto mais uma vez a situação e conheceu até a draga que já está posicionada. – Isso vai dar vida à lagoa e vamos avançar mar adentro – detalhou o governador. Uma ideia futura já foi plantada durante o ato.
– Sugerimos ao governador a extração comercial constante dessa areia, para evitar novos assoreamentos e garantir recursos com esse produto – confirmou o prefeito de Jaguaruna, Laerte Silva (PSC). Moisés gostou da ideia e prometeu encaminhar um estudo de impacto ambiental e outro de viabilidade.
Os pescadores usam a analogia empresarial para justificar a importância da obra. – Isso aqui é como se fosse a maior empresa de Jaguaruna, que estava falindo – comentou o pescador Jaime Mariano Porto que observava, ao longo da quinta-feira (6), a chegada das máquinas para início dos trabalhos de desassoreamento. Os pescadores e veranistas da vizinha Praia do Camacho realizaram um ato em maio: começaram a remover a terra com baldes e pás, para chamar a atenção do Governo do Estado. Deu certo.
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Vice-governadora presente
Chamou a atenção a presença no ato em Jaguaruna da vice-governadora Daniela Reinehr (PL). Há muito distanciada dos atos de governo, foi numa das interinidades dela, nos processos de impeachment de Carlos Moisés, que o assunto da Barra do Camacho foi levado ao Estado. Ela não aparece nas fotos, mas circulou nos bastidores do evento.
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Figuras carimbadas ao lado do governador, mais uma vez, foram os deputados José Milton Scheffer (PP), Volnei Weber (MDB) e Felipe Estevão (PSL), que são da região, além de Jair Miotto (PSC), Onir Mocellin (PSL) e Ana Paula da Silva, Paulinha (sem partido). Também marcaram presença os secretários André Motta Ribeiro (Saúde) e Lucas Esmeraldino (Articulação Nacional).
No registro da vice nas redes sociais o governador não aparece. A recíproca é verdadeira.
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Mais recursos para estradas
Também em Jaguaruna, a Secretaria de Estado da Infraestrutura anunciou mais dois investimentos para a região. Serão aplicados R$ 4,7 milhões na pavimentação da Rodovia José Meneghel, entre Treze de Maio e Pedras Grandes, e R$ 14 milhões no trecho de Jaguaruna da Estrada da Jabuticabeira, que criará um novo acesso pavimentado entre Tubarão e o litoral.
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– Vamos tirar a lama e a poeira aqui da região de Congonhas, para onde já repassamos R$ 5 milhões para a prefeitura fazer o trecho de Tubarão. E agora assinaremos o convênio com a prefeitura de Jaguaruna que fará o resto do trecho – explicou o secretário Thiago Vieira, um dos mais animados na comitiva de Moisés no Sul.
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