Com o seu natural bairrismo, o Sul catarinense vinha espiando com desconfiança os movimentos do governador eleito em direção aos anúncios de seu primeiro escalão feitos nesta segunda-feira (5). Mas a ausência, até aqui, de nomes da porção meridional de Santa Catarina no time de cima da futura administração não chegou a frustrar expectativas.
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Ocorre que, das confirmações recém lançadas por Jorginho Mello (PL), a região conquistou mais uma cadeira na Câmara Federal. Sendo mais preciso do ponto de vista geográfico, Criciúma passa a ter quatro deputados federais a partir da posse da nova composição da Câmara, em 1º de fevereiro próximo. Ou seja, 25% da representação catarinense no Legislativo federal é oriunda da mesma cidade.
Acontece que a ida da deputada Carmen Zanotto (Cidadania) para a Secretaria de Saúde faz Geovania de Sá (PSDB) herdar a cadeira conquistada pela federação das duas siglas na eleição de outubro. Geovania soma-se ao pelotão de criciumenses na Câmara que contará, também, com os reeleitos Daniel Freitas (PL) e Ricardo Guidi (PSD) e a estreante Julia Zanatta (PL).
Geovania, que buscava o terceiro mandato em Brasília, terminou primeira suplente com 84.454 votos, distante de Carmen, a quinta colocada da bancada de eleitos por Santa Catarina com seus 130.138 votos.
– Não houve qualquer pedido, nem qualquer tratativa prévia. Foi uma consequência natural do convite que o governador Jorginho fez à deputada Carmen – comentou Geovania, que usou as redes sociais logo após o anúncio para agradecer a oportunidade.
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A afirmação acima vem, de pronto, para rebater especulações de que a ida de Carmen para o secretariado seria, também, fruto de uma composição engrendrada pelo prefeito Clésio Salvaro, de Criciúma, articulador-mor do PSDB na eleição recém disputada em Santa Catarina. Salvaro é padrinho político de Geovania. Foi ele quem a lançou na vida pública em 2009, como secretária de Assistência Social. Em 2012, na sua primeira eleição, foi a mais votada para vereadora em Criciúma. Assumiu a Secretaria Municipal de Saúde em 2013 e, em 2014, garantiu sua primeira eleição à Câmara Federal, sendo reeleita quatro anos depois.
A deputada Carmen Zanotto não escondeu, nas semanas que antecederam o anúncio como secretária, a preocupação com o fato de deixar a Serra sem representante em Brasília. – Conversamos sobre isso, a Carmen é ciente que eu sempre me empenhei muito pela Serra, sempre encaminhei recursos e emendas, e assim continuará sendo – argumentou Geovania.
Criciúma vive a remota expectativa de ganhar uma quinta cadeira em Brasília. Ocorre que houve especulações de que o deputado federal recém eleito Valdir Cobalchini (MDB) pudesse assumir a Secretaria de Infraestrutura. Se ele, ou algum dos outros dois emedebistas eleitos à Câmara (Carlos Chiodini e Rafael Pezenti) fosse chamado para compor o secretariado, seria aberta cadeira para o primeiro suplente, no caso o deputado estadual Luiz Fernando Vampiro. O criciumense, que foi secretário de Educação do governo Carlos Moisés, somou 59.043 votos, insuficientes para alcançar os 68.208 de Pezenti. Mas Cobalchini garante que não recebeu convite, o que faz esfriar essa expectativa.
Seja como for, Criciúma e os demais 44 municípios do Sul estão com quatro portas da região garantidas para bater nos périplos aos gabinetes em Brasília.
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