O governador Carlos Moisés (sem partido) participou por via remota, na noite desta quinta-feira (2), do evento que marcou o lançamento do Plano de Desenvolvimento Regional que a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc) estará elaborando em parceria com o Sebrae/SC e a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).
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Moisés gerou expectativa entre os prefeitos da região que participavam do encontro ao mencionar a possibilidade de investimentos em ferrovias. Ele citou a reunião que manteve nesta quinta, na Casa d´Agronômica, com o embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy.
– A Índia é um país de 1 bilhão de habitantes que tem mostrado habilidade com tecnologia rápida para construir ferrovias – destacou. – Traçamos com técnicos da Fapesc e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico alguns projetos importantes para investimentos em infraestrutura – antecipou. – No que diz respeito a ferrovias, queremos contratar projetos para interligar as nossas malhas ao resto do Brasil, tornando Santa Catarina mais viável em logística – apontou.

O extremo Sul catarinense não conta com malha ferroviária. O que há de mais próximo está na região de Criciúma em direção a Imbituba, com os 160 quilômetros de trilhos para transporte de carvão geridos, por concessão federal, pela Ferrovia Tereza Cristina (FTC). – E estamos pensando também em transporte de pessoas, a Índia tem grande experiência nisso – contou Moisés, deixando os prefeitos do Sul ainda mais empolgados.
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– É extremamente importante para nós, para o nosso futuro, essa visão que o governador vem tendo em relação à nossa região – pontuou o prefeito de Araranguá. César Cesa (MDB) sempre foi um crítico da forma como o Governo do Estado tratava o extremo Sul. – Digo que, para o Estado, historicamente, Santa Catarina terminava em Criciúma. Dali para o Sul, não vinha nada – sublinhou.

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Moisés lembrou, no seu discurso no evento desta quinta, a necessidade de reinvenção do Sul por consequência do gradual abandono da matriz energética do carvão, que responde por 5 mil empregos e volumoso peso econômico para a região. – O Sul, com a questão do carvão, precisa se reinventar. Há toda uma cadeia, um ecossistema de economia e empregos que movimenta milhares de empregos, bilhões de reais – frisou. – Mas precisamos pensar nas futuras gerações e na mudança de matriz energética, o que virá por força do mercado internacional – emendou.
Não há exploração de carvão em municípios do extremo Sul, embora alguns contem com jazidas já identificadas no subsolo, porém não exploradas.
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R$ 700 milhões em obras
Moisés voltou a bater na tecla dos investimentos em infraestrutura. – Estamos aplicando mais de R$ 700 milhões no Sul – destacou, reforçando o apoio ao antigo projeto da rodovia Interpraias, a SC-100, agora rebatizada de Caminhos do Mar, que criará uma ligação litorânea entre Passo de Torres e Laguna, passando por Balneário Gaivota, Balneário Arroio do Silva, Araranguá, Balneário Rincão e Jaguaruna.
– No Sul temos a conjuntura perfeita para qualificar investimentos. Temos a BR-101 duplicada, vamos investir no Caminhos do Mar, para ter uma alternativa à BR-101, ao mesmo tempo em que lançamos nesta semana os R$ 74 milhões com a entrega da ordem de serviço da SC-108, que liga Jacinto Machado a Praia Grande – assinalou. Moisés chamou alguns desses investimentos de “rodovias contemplativas, importantes, com novos traçados e novos rumos para o desenvolvimento”.
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