O próximo 4 de dezembro será um sábado. Como de hábito, feriado municipal em Criciúma. A continuidade dessa data no calendário do município está entre as pautas da Comissão Temporária Especial de Revisão Legislativa instituída na Câmara de Vereadores. É possível que ele acabe ou dê lugar a outra data.
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Acontece que é dia de Santa Bárbara, a padroeira dos trabalhadores das minas de carvão. Pela importância histórica da atividade para a economia de Criciúma, o tempo consagrou a data como o feriado municipal religioso. Ocorre que, com o esgotamento das minas, coloca-se em dúvida a manutenção da comemoração. Entre as alternativas, estaria uma possível alteração para 19 de março, dia dedicado a São José, padroeiro de Criciúma.
Igreja promete empenho
O tema avançou nesta semana. Na última terça-feira (6), representantes de entidades do comércio, da indústria, da Igreja Católica e das religiões de matriz africana estiveram no Legislativo discutindo o assunto com vereadores. – A igreja fez um mea culpa, entendendo que deve se apropriar mais da data, com a realização de eventos alusivos ao dia – observa o presidente da comissão, vereador Nicola Martins (PSDB). – Mas todos compreendem a importância histórica da data – afirma.
O próximo passo da discussão sobre o feriado será a manifestação do relator da comissão, vereador Júlio Kaminski (PSL). Ele vem se mantendo cauteloso, levando em conta que o tema gera polêmica na cidade. O relatório deve ser entregue até o fim de agosto, e a comissão encerra seus trabalhos em 5 de setembro. Outros vereadores vêm antecipando seus posicionamentos. Miguel Pierini (PP) é a favor da mudança no feriado, enquanto Salésio Lima (PSD), Roseli de Lucca Pizzolo (PSDB) e Giovana Mondardo (PCdoB) estão entre os contrários.
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Talvez um plebiscito
O relator lembra que o feriado de Santa Bárbara é comemorado há mais de 70 anos em Criciúma. – Estamos falando de um feriado instituído por uma lei de 1949 – sublinha o vereador Kaminski. – Defendo uma conversa ampla, profunda. Somos pequenos demais para estar discutindo um assunto de tanta relevância. Não é o feriado pelo feriado, é que se mistura feriado com fé, economia, mineiros e igreja. Temos que ter muita cautela para não sucumbir à própria ignorância – salienta.
Uma das lideranças ouvidas pela comissão sugeriu um plebiscito para consultar a população de Criciúma sobre o tema. – Não teremos qualquer decisão unilateral no relatório. Essa sugestão do plebiscito é interessante, quem sabe podemos ouvir os criciumenses – observa Kaminski.
Ponto facultativo
Entre as teses discutidas está a alteração do feriado para um ponto facultativo. O vereador Salésio, liderança católica em Criciúma, reconheceu que a igreja precisa se empenhar na promoção da data, mas reproduz o discurso de não abrir mão das comemorações de Santa Bárbara.
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A tendência atual é pela manutenção do feriado em 4 de dezembro, mas com o comprometimento de uma programação efetiva na cidade. Por longos anos, os festejos de Santa Bárbara foram marcantes, com procissão pela cidade e participação efetiva de mineiros e familiares. Nos últimos tempos, porém, a comemoração perdeu fôlego.

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Outro feriado
Há uma segunda discussão sobre feriado municipal em Criciúma. A data de 6 de janeiro é dedicada a assinalar o marco inicial da colonização italiana, em 1880. Há quem defenda mudança para 4 de novembro, o dia em que, em 1925, foi oficializada a emancipação de Criciúma, até então distrito de Araranguá.
– Mas esse tema do feriado para assinalar a emancipação não está em pauta por enquanto – observa o vereador Nicola. Em recente conversa sobre o tema, uma liderança do comércio de Criciúma argumentou que o 6 de janeiro refere-se a uma das etnias colonizadoras do município, mas que há outras que são referenciadas historicamente mas acabam omitidas pelo feriado, o que fomentaria a ideia de alteração.
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