Uma comitiva de Treviso, pequena cidade do sul de Santa Catarina distante 25 quilômetros de Criciúma, esteve com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, na última terça-feira (22). Foram levar o pedido para que o município fosse contemplado com a vacinação em massa contra a Covid-19, ação projetada pelo Governo do Estado.
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A intenção inicial da Secretaria de Saúde era realizar a operação em apenas uma cidade. Porém, uma novidade foi levantada pelo secretário André Motta Ribeiro no encontro com o grupo de Treviso. – Ficamos otimistas com a fala do secretário, já que ele disse que quer fazer a vacinação em massa em uma cidade por macrorregião – refere o vice-prefeito de Treviso, Valentim Cimolim (MDB), que participou da reunião em Florianópolis.
– O secretário observou que vai depender da quantidade de doses que serão recebidas nas próximas remessas. Ele colocou uma expectativa positiva de conseguir, via consórcios estaduais, adquirir mais doses – relata Cimolim. Na conversa, o secretário não especificou um prazo para definir as cidades e realizar a vacinação em massa.
O vice-prefeito reitera que os critérios estabelecidos para a escolha seguem os mesmo. – Sim, ter população de até 7 mil habitantes, contar com alta taxa de mortalidade e incidência de Covid, baixo IDH e vulnerabilidade social – sublinha.
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As candidatas do sul
Treviso tem 4,5 mil habitantes. É o menor município da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). Ainda no sul, cinco outras cidades contam com populações menores: Santa Rosa de Lima (2,1 mil), São Martinho (3,1 mil) e Pedras Grandes (3,9 mil) na região de Laguna, mais Ermo (2 mil) e Morro Grande (2,8 mil) na região de Araranguá.
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Em Treviso, a qualidade de vida não é um problema, nem há vulnerabilidade social. – Mas temos incidência alta de Covid, a mais alta da região carbonífera. Dos nossos 4,5 mil habitantes, 1,1 mil já tiveram Covid, é uma incidência de 27% da população – pondera Cimolim. Treviso conta, atualmente, com 4 casos ativos, 226 pessoas estão monitoradas, há duas suspeitas de reinfecção por Covid e 1.084 curados.

Mais de um mês sem mortes
Depois de mais de um mês, Treviso voltou a registrar óbitos por Covid-19. – Foram duas mortes nesta quinta-feira – confirma a secretária municipal de Saúde, Luciane Possoli. As vítimas foram um homem de 57 anos, que estava internado na UTI do Hospital Regional de Araranguá, e uma mulher de 78 anos, que recebia tratamento no Hospital São Roque, em Morro da Fumaça. O óbito mais recente havia sido de um homem de 38 anos, que morreu em 21 de maio.
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Com essa marca, Treviso chegou a 12 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. – A nossa mortalidade não é tão alta, um óbito para cada 100 casos de Covid – comenta o vice-prefeito.
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A luta pela vacinação
Embora a população pequena, Treviso também enfrenta dificuldades para conseguir adesão plena à vacinação. – Vamos receber mais 129 doses dessa remessa que está chegando hoje – comenta a secretária de Saúde. – Começamos na semana passada a vacinar pessoas do grupo de 45 anos ou mais, mas ainda não cumprimos a meta de 75% no grupo de 50 a 55 anos. Nessa faixa, estamos em 68% – observa.
Luciane Possoli registra que a negativa por vacinas por parcelas da população também é um fenômeno conferido em Treviso. – Há pessoas negando as doses, querendo escolher, mas há também aqueles que já estão doentes, ou os que tomaram faz pouco a vacina da Influenza – detalha.
Em contrapartida, Treviso foi bem na aplicação das duas doses entre os mais idosos. – Chegamos a 100% de vacinados nas faixas de 70 a 79 anos, e dos 85 aos 89 anos. Estamos em 90% entre as pessoas de 80 a 84 anos e 86% dos que têm mais de 90 anos – contabiliza a secretária.

Treviso já aplicou 2.297 doses de vacinas contra a Covid, 1.717 em primeira dose e 580 em segunda dose.
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Outros pedidos
Na audiência com o secretário de Estado, o vice-prefeito e a secretária, acompanhados pelo deputado estadual Volnei Weber (MDB), solicitaram outras demandas para a cidade. Entre elas, a instalação de uma piscina que pode resultar na estruturação de um centro de recuperação pós-Covid na cidade.

– Falamos da piscina para reabilitação física, o próprio secretário deu a ideia de uma central de recuperação dos pacientes com Covid. Vamos buscar fazer o projeto – confirma Cimolim.
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Os reflexos na economia
Em Treviso, os reflexos econômicos da pandemia foram relativizados por um fator preponderante para a cidade. – É que mais de 70% da nossa arrecadação tem relação com as carboníferas da região, e esse setor do carvão se adaptou e continua trabalhando normalmente – observa o vice-prefeito.
– Mas claro, o nosso comércio sentiu, recuou, o setor de prestação de serviços também foi atingido, como em qualquer outra cidade – finaliza Cimolim.
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