Estoque cheio, lista de reservas carregada, tudo organizado. Eis que, no fim da tarde de sexta-feira (7), o empresário Eduardo Rosso recebeu a notícia de que a abertura do seu restaurante, em Balneário Rincão, no sul de Santa Catarina, estava proibida pela Justiça para o expediente que se aproximava.
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Sob a alegação de que o estabelecimento operava como casa noturna, e que estaria desrespeitando regras inerentes à pandemia de Covid-19, juiz da Comarca de Içara acolheu recomendação do Ministério Público (MPSC) e determinou o fechamento, até que os problemas relacionados fossem resolvidos.
O caso ganhou repercussão durante o fim de semana na região de Criciúma. — No ano passado, vendo as dificuldades que a pandemia trouxe, adaptamos os nossos alvarás, a razão social, e investimos na montagem de uma cozinha, um restaurante. As mesas com espaçamento, tudo. E foi um sucesso na temporada de verão — garante o empresário, que por anos mantém no espaço, na Rodovia Arino Cândido, no acesso sul a Balneário Rincão, no limite com Içara.
Originalmente, o estabelecimento era uma casa de shows bastante conhecida na região. — No sábado da semana passada, funcionamos normalmente. Recebemos 440 pessoas e havia 180 carros no estacionamento. Quem passava pela estrada imaginava que havia um grande evento lá dentro. Mas temos muito espaço na casa, são 5 mil metros quadrados de área fechada. Pelo alvará dos bombeiros, podemos receber até 2,5 mil pessoas, mas trabalhamos com no máximo 500 — aponta o empresário.
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A indignação de Rosso é que a decisão judicial chegou em um fim de tarde de sexta-feira, com todo o fim de semana preparado. — Havia mais de 100 reservas para almoço no Dia das Mães, do nosso estabelecimento vivem mais de 40 famílias que trabalham conosco. A Justiça teve toda a semana para tomar essa decisão e nos dar tempo de recurso, pelo que soubemos a denúncia do Ministério Público foi feita na segunda-feira. Eles alegam que somos casa noturna, mas não somos, somos restaurante e bar, temos alvará confirmando isso, trabalhamos com espaçamento e todas as regras. Claro que temos música ao vivo, como muitos outros estabelecimentos do gênero — pondera.
Rosso lembra que vem sendo frequentemente fiscalizado. — Abrimos em mais de trinta datas nos últimos meses, funcionamos de quinta a sábado. E fomos fiscalizados praticamente todas as noites. Nunca tivemos problemas. Houve uma ocasião que precisamos ampliar a área coberta para os clientes, ampliamos — refere o empresário. — Nos reinventamos como empreendedores. Queremos trabalhar e não ser atrapalhados. Essas 400 pessoas que passariam pela nossa casa neste domingo certamente foram para outros lugares, sem qualquer controle. No restaurante, estariam sob controle e sob regras — emenda.
O empresário ingressará com recurso para tentar reabrir o seu restaurante nesta segunda-feira (10), na Comarca de Içara.