– Nós vamos votar no 11 para governador no ano que vem -. A frase foi repetida à exaustão pelo senador Esperidião Amin (PP) em visita a Forquilhinha, no Sul catarinense, neste sábado (11). Acompanhado da esposa e deputada federal Ângela Amin, o ex-governador participou da posse do novo diretório progressista na cidade.
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E já deixou um compromisso aos correligionários. – Ele disse, com todas as palavras, que o candidato do PP ao Governo do Estado estará definido até o fim do ano. É a primeira vez que o partido se organiza tão cedo para uma disputa – pontua o ex-deputado estadual e presidente do PP de Criciúma, Valmir Comin, que participou do ato.
– Depois daquela derrota do Esperidião para o Luiz Henrique, o PP nunca mais foi protagonista em uma eleição para governador – lembra Comin. Ele se referia a 2002, quando Amin tentava a reeleição e acabou derrotado pelo MDB. – O PP está longe do poder faz 20 anos. É muito tempo. Nosso partido é capilarizado e está com gana para essa eleição do ano que vem – observa o ex-deputado.
No encontro com os progressistas de Forquilhinha, ficou claro que o PP tem três pré-candidatos à sucessão do governador Carlos Moisés (sem partido): o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli; o ex-deputado federal Jorge Boeira e o próprio Amin, a quem coube reforçar essas possibilidades na reunião deste sábado no Sul.
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Os progressistas sublinham que, a partir de agora, Amin, Ponticelli e Boeira percorrerão o Estado como pré-candidatos. – Fizemos até agora 18 de 19 pré-encontros regionais, por lives, faltando somente um. E já houve um encontro estadual em Itajaí, teremos vários outros, para mobilizar as nossas bases com esse intuito, de construir a candidatura ao Governo – destaca Comin.

O futuro de Bolsonaro vai influenciar
Ainda cogitado como o possível futuro partido do presidente Jair Bolsonaro, o PP vive a expectativa dessa filiação. – Compreendemos, sim, que a possível vinda do presidente mudará e muito o jogo aqui no Estado – concorda o ex-deputado Comin. Uma possível filiação de Bolsonaro à sigla reforçará a tese da candidatura de Esperidião Amin ao Governo do Estado. O senador tem sido próximo do presidente em Brasília.
Logo, o lançamento de outro candidato a governador que não Amin passa decisivamente pela não filiação de Bolsonaro ao partido. Joares Ponticelli já teve experiência de majoritária, foi vice de Paulo Bauer (PSDB) na eleição de 2016, quando o então governador Raimundo Colombo (PSD) reelegeu-se no primeiro turno. – O Ponticelli é um nome estadualizado do PP. Foi presidente da Alesc e faz um belo mandato em Tubarão – elogia Comin.
A outra alternativa, o ex-deputado federal Jorge Boeira, apresenta um outro perfil. Empresário de sucesso, afina com a centro-esquerda, já publicou artigos críticos a Jair Bolsonaro e não buscou a reeleição para a Câmara em 2018 pois nutria a expectativa de participar da chapa majoritária, o que não aconteceu. O PP embarcou no projeto de Amin para senador, no que teve êxito, apoiando a candidatura de Gelson Merisio (então no PSD) para governador.
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Boeira tem convite para concorrer ao Governo do Estado (um antigo desejo seu) de dois partidos, o Podemos e o PSB. Ele analisa, mas participou do evento do PP neste sábado em Forquilhinha com a disposição de buscar o espaço dentro do seu partido. Pelas razões já expostas, Boeira teria um curso natural em outra legenda que não o PP caso o partido abrigue Jair Bolsonaro.
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Moisés no PP? Pouco provável
O governador Carlos Moisés já foi sondado para se filiar ao PP. O casal Amin fez essa sinalização e outras lideranças também. – Em um evento recente em Pedras Grandes, estive no palanque e perguntei ao governador sobre a filiação. Ele disse que vai decidir lá no fim do prazo – conta Valmir Comin.
É uma pista que ajuda na conclusão de que o caminho mais pavimentado para Moisés é, de fato, o MDB. E muitos progressistas reconhecem isso. O PP tem o líder do governo, José Milton Scheffer. Ainda na Alesc, Altair Silva está secretário de Agricultura, enquanto João Amin mantém independência em relação ao governador. Em contrapartida, o MDB conta com 9 deputados e está bastante alinhado ao Palácio d´Agronômica.
O sentimento entre progressistas, nos bastidores, é de uma possível chapa reunindo Moisés pelo MDB, com um vice do PSD (talvez o ex-prefeito Napoleão Bernardes) e o apoio à reeleição de Dario Berger (MDB) ao Senado. Mas, a despeito disso, os emedebistas seguem empenhados em suas prévias, envolvendo Dario, o deputado Celso Maldaner e o prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul.
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Há que se lembrar, ainda, que Carlos Moisés não estará, por lógica, no palanque de Jair Bolsonaro, o que o afastaria ainda mais de uma já pouco provável hipótese de filiação ao PP. E o governador guarda na manga, ainda, uma possível adesão a um partido de menor porte, como Republicanos (o mais cotado da hora) ou PSC.
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As disputas proporcionais
O PP tem a meta de consolidar uma nominata de 40 candidatos a deputado estadual e 16 a federal. No Sul catarinense, o PP apostará em Valmir Comin para buscar uma cadeira em Brasília e alinha ao menos três nomes para estadual, dois já encaminhados: o do deputado José Milton Scheffer, que buscará a reeleição, e o do ex-vereador Pepê Collaço, de Tubarão, que fez boa votação na última eleição à Alesc, ficando na suplência. Os progressistas terão, ainda, um candidato a deputado estadual na região de Criciúma e poderão atender a cota feminina lançando uma candidata também no Sul.
Na última eleição, em 2018, o PP elegeu uma deputada federal (Ângela Amin) e três estaduais (Scheffer, João Amin e Altair Silva).
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