O Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), em Criciúma, viveu uma situação tão dramática em relação à superlotação no fim de semana que até o governador Carlos Moisés abalou-se de um compromisso político-partidário no domingo (10) para visitar a estrutura.
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– Nossa situação agravou-se muito de sexta-feira para sábado – confirmou o secretário municipal de Saúde de Criciúma, Arleu da Silveira. A ponto de o Estado precisar providenciar, às pressas, a transferência de sete criança. Algumas delas encontravam-se entubadas em espaços improvisados pela falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Outro fator que inquietou os gestores nos últimos dias foi a quantidade de crianças com esquema vacinal em atraso que foram levadas ao HMISC. – De cada 10 crianças levadas ao hospital, 9 estavam com vacinas atrasadas – lamentou o secretário municipal.
Nesta terça-feira (12) a ocupação segue em 100%. O desespero de pais e mães diante do hospital proporcionou, nos dias de superlotação, momentos de tensão. – O hospital fez o máximo esforço para acolher a todos – pontuou o secretário. Um sistema mais refinado de triagem foi posto em prática. – Apuramos que 70% das crianças que estavam sendo trazidas ao hospital poderiam ser atendidas nas UPAs ou até na rede básica – registrou.
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Antevendo tais dificuldades, a gestão da saúde em Criciúma já havia provocado secretários de cidades vizinhas para reforçar os atendimentos nas suas unidades básicas. – A UPA do bairro Próspera, por exemplo, atendeu 600 pacientes de Içara e 120 de Balneário Rincão somente em junho – enumerou Arleu. – Pedimos aos prefeitos dessas e de outras cidades que ampliem os horários nas suas unidades -.

Novos leitos em agosto
Dois hospitais do Sul, o HMISC de Criciúma e o Hospital Regional de Araranguá (HRA), ganharão 12 novos leitos de UTI pediátrica em agosto. – Ampliamos em 99 leitos e até o fim de agosto teremos as últimas ampliações – confirmou o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto.
No HMISC, a providência imediata à visita do governador Moisés no domingo foi a estruturação de novos leitos clínicos, para melhor acomodar as crianças. – Fizemos uma ampliação emergencial de 16 leitos clínicos nos espaços físicos disponíveis, direcionamos aeronave e veículos de suporte avançado do Samu para transportar pacientes – referiu.
Uma força-tarefa com o Município de Criciúma está em execução para viabilizar a contratação de pediatras. – Essa ação emergencial trata de um aporte de R$ 60 milhões, R$ 35 milhões para municípios e os demais valores para ampliação de leitos até dezembro – afirmou.
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O secretário de Estado confirmou que os 12 leitos que o Sul está ganhando são provisórios, e funcionarão até dezembro. – É uma estratégia temporária bancada pelo Estado até dezembro, para depois trabalhar essas habilitações junto ao Governo Federal. Se houver a possibilidade da manutenção por mais tempo, assim o Estado fará – salientou.
– É uma ação emergencial. Por enquanto não são permanentes, são por um semestre, pois o procedimento de habilitação pelo Governo Federal é mais moroso – completou.
Governador cogitou ampliar hospital
Durante sua visita em Criciúma, Carlos Moisés cogitou a hipótese de ampliação da estrutura física do HMISC, alvo de um antigo investimento que o fez ser reinaugurado em dezembro de 2018 pelo Município. Meses depois, foi repassado à gestão do Estado, que garante o custeio mensal do hospital, que é a principal maternidade da região desde então.
– Nós estamos considerando várias ampliações de hospitais, construções das mais diversas. Em um primeiro momento estamos tratando de uma boa reforma das instalações desse hospital – anunciou o secretário de Estado.
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Mas Aldo Baptista considera o prazo necessário para ampliar o HMISC como um problema no momento. – Ampliações podem ser tratadas mas são mais morosas, é preciso contratar projetos, submeter à Vigilância Sanitária, lançar licitações, não é algo ágil ampliar, mas se houver essa necessidade e espaço, iremos tratar disso – registrou.

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Ministério da Saúde foi chamado
O Ministério Público (MPSC) mantém, em Criciúma, um inquérito civil que investiga a situação do HMISC. – O MP aborda duas frentes. Na Capital tem inquérito civil em nível macro acompanhando plano de ampliação de leitos para todo o Estado. Aqui em Criciúma também temos um inquérito civil em investigação que tem por destinatário o Hospital Infantil daqui – confirmou o promotor José da Silva Júnior, da 8ª Promotoria de Justiça de Criciúma.
– Oficiamos o hospital para identificar essas crianças, outras que estão em situações semelhantes, com quadros clínicos, taxas de ocupação respectiva e a situação geral da entidade – detalhou. O MPSC está requerendo ao Ministério da Saúde, em no máximo 15 dias, uma vistoria técnica para avaliar a qualidade geral dos serviços prestados no HMISC.
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