A abordagem feita mais cedo aqui na coluna, sobre a conclusão das obras nas encostas da SC-390, na Serra do Rio do Rastro, repercutiu no gabinete do senador Dário Berger (MDB-SC) em Brasília. Acontece que o Governo do Estado anunciou o término da obra mas a lembrança da origem dos recursos para o investimento não tem sido registrada.
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A coluna o fez, citando que os R$ 19 milhões empregados na solução dos problemas das pedras que rolavam na pista vieram do Governo Federal. Confirmando isso, o senador Dário, por sua assessoria, apressou-se, com a sua razão, de reivindicar a paternidade da obra. E precisamos lembrar que esse é um processo natural da política, ainda mais quando uma eleição está batendo à porta.
Acontece que Dário Berger teve papel ativo em 2018, na liberação dos recursos pela União. Naquela época, a região era atormentada com frequência por deslizamentos perigosos na SC-390. Procurado por lideranças das regiões carbonífera e serrana, Berger tratou de articular com o então secretário Nacional da Defesa Civil, coronel Newton Ramlow, para liberar os recursos. Michel Temer (MDB) era o presidente e Ramlow indicao pelo próprio senador catarinense para o governo.
Isso tudo facilitou a operação, e os R$ 19 milhões foram conquistados. A verba veio em 2019, já no primeiro ano do governo Moisés. O Estado executaria a obra, e a União pagaria. Era o acordo, que foi honrado. Dário Berger faz questão de lembrar, ainda, que o empenho dos recursos foi assinado em um ato no seu gabinete em Brasília. Está claro que o senador ficou incomodado em não ser lembrado pelo governador em relação aos recursos para a obra.
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Moisés x Dário
Como pano de fundo, obviamente, a eleição de 2022. Moisés é candidatíssimo à reeleição, embora ainda sem partido, e Dário também quer concorrer à Agronômica. Já anunciou essa disposição e, se não encontrar o espaço desejado no MDB, deve tomar o rumo do PSB, algo cada vez mais provável. Ao Senado, ele não concorrerá mais.
Em uma entrevista à Rádio Som Maior de Criciúma, nesta semana, Dário elevou o tom. Bateu no MDB, dizendo que o partido “vende apoio” para Carlos Moisés e que “virou uma grande corretora”. Para ele, as pré-candidaturas de Antídio Lunelli e Celso Maldaner “são denorex, que parece que é, mas não é”. “Onde eu passo, as candidaturas deles não existem”, disparou. Tudo isso para deixar clara a sua leitura, de que o MDB está criando cenário para receber Moisés como o seu candidato ao governo.
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Ou seja, a luz alta pela paternidade das obras na Serra do Rio do Rastro é apenas mais um round de uma briga do senador com o governador que vai longe. E que, provavelmente, os colocará em palanques distintos na eleição de 2022. Uma briga que deve ir até a urna em outubro próximo.
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