O diretório estadual do MDB definiu, em encontro nesta segunda-feira (23) em Florianópolis, a data para realizar suas prévias que confirmarão o candidato do partido ao Governo do Estado em 2022. A disputa interna será em 15 de fevereiro, reunindo os pré-candidatos Antídio Lunelli, Celso Maldaner e Dario Berger.

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Foi a primeira reunião partidária mais ampla, com o comando emedebista representado, da qual participou o ex-governador Eduardo Pinho Moreira depois da sua indicação para a diretoria do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A nomeação partiu do governador Carlos Moisés. Em entrevistas posteriores, Eduardo sinalizou com certo desconforto em relação à cúpula do MDB, dizendo que “se sentia cada vez menos comprometido” com o partido.

Ao discursar no encontro, Eduardo pregou a unidade partidária. Salientou que é preciso racionalidade nas decisões e busca de entendimento. – Eu quero pedir que esses três homens se tornem uma liderança única e mostrem o caminho – disse o ex-governador, apontando para Antídio, Maldaner e Dario, que percorreram Santa Catarina nos últimos meses para encontros com as bases.

Em busca do entendimento que apregoa, Eduardo citou a memória de Luiz Henrique da Silveira, de quem foi vice-governador e chamou de “maior líder da história do partido”. – Quando o Luiz Henrique perdeu a prévia para o Pedro Ivo, ele foi procurado por outros partidos, e Luiz Henrique disse: ‘eu sou do MDB’. Ele foi racional – comentou Eduardo. – Ele liderava com planejamento político e é isso que quero pedir a esses três homens – sublinhou. 

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O evidente recado de Eduardo Moreira

Nas falas de Eduardo, ficou claro o temor do ex-governador em relação a possíveis baixas conforme o resultado da prévia. Favoritos na disputa, o prefeito Antídio Lunelli e o senador Dario Berger são assediados por outros partidos para levar adiante seus projetos de concorrer a governador em caso de insucesso na disputa interna do MDB. Mas ambos não cogitam a hipótese de deixar o partido.

Antídio bate na tecla de que é MDB, quer concorrer pelo MDB e vai adiante na tentativa de conseguir chegar lá via prévias. Mas o Podemos já fez diversos convites, e tem a vaga reservada para o prefeito de Jaraguá do Sul ser cabeça de chapa caso ele opte por uma migração. 

No caso de Dario Berger, ele tem a alternativa de buscar a reeleição ao Senado, embora esteja focado em tentar ser governador. É o nome preferido do ex-governador Eduardo Pinho Moreira inclusive. Os dois já concorreram em uma prévia, Eduardo venceu na ocasião e tempos mais tarde acabou vice de Raimundo Colombo (DEM, depois PSD). O PSB já teria oferecido abrigo ao ex-prefeito de Florianópolis caso ele não consiga, via MDB, a vaga na cabeça de chapa.

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E há, ainda, um outro cenário não considerado abertamente, mas que ganha força com a adesão de vários emedebistas ao Governo Moisés, o mais recente deles, justamente Eduardo Moreira: de um ingresso do governador para buscar, pelo MDB, a reeleição. Sempre que a especulação vem à tona, porém, é lembrado que Carlos Moisés teria que se submeter ao mesmo processo dos demais, via prévias, o que naturalmente para um governador é um desgaste impensável. Mas Moisés tem fina sintonia com a bancada do MDB na Alesc, tanto que buscou um deputado de lá (Luiz Fernando Vampiro, de Criciúma, afilhado político de Eduardo Moreira) para ser secretário de Educação.

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Mas o que há de concreto hoje no MDB é isso: prévias em 15 de fevereiro e quem vencer entre Antídio, Maldaner e Dario será o candidato a governador, com o apoio dos demais.

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