O caso da mulher transexual esfaqueada por dois homens em Içara, no sul de Santa Catarina, teve um desfecho na Justiça, em primeira instância. Os dois homens que atacaram Rebeka Curtts, 28 anos, foram condenados a 11 anos, cinco meses e quatro dias de reclusão, em regime inicial fechado, por tentativa de latrocínio.

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O ataque foi registrado na madrugada de 17 de outubro de 2020. Rebeka sofreu 25 perfurações em várias partes do corpo, sendo necessários mais de 100 pontos. Ela denunciou à época que um dos criminosos era seu cliente assíduo e que devia R$ 1,4 mil para ela. – Marcamos um encontro, no qual ele me pagaria – relembra.

– Quando eu estava chegando, me perdi. Liguei e ele avisou que me encontraria, e que levaria junto um amigo – conta Rebeka. Aí, os problemas começaram. De fato, houve o encontro, e Rebeka entrou no carro onde estava a dupla. – Ele foi passar o cartão na máquina e, em seguida, começaram a me esfaquear. Andaram uns dois quilômetros com aquele carro e eu sendo esfaqueada até que, em um certo ponto, consegui me soltar, abrir a porta e saltar do carro – relata. Rebeka, então, procurou ajuda em um sítio próximo. – Pensei na minha mãe e rezei o tempo todo, enquanto era esfaqueada. Eu pensava, aniversariei na terça-feira, não posso morrer no sábado – recorda.

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Ela sobreviveu, superou as inúmeras feridas pelo corpo – ainda restaram muitas marcas, nove meses depois do incidente – e agora tomou conhecimento da condenação dos que a atacaram. Na semana seguinte ao ocorrido, Rebeka promoveu, com apoiadores, um protesto diante do Fórum de Criciúma, para pedir justiça.

A decisão partiu da 2ª Vara da comarca de Içara, o processo corre em segredo de justiça e ainda há possibilidade de recurso ao Tribunal de Justiça do Estado (TJSC).

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