Quando a maré está baixa, é possível caminhar mar adentro com água pela canela na altura da barra do Torneiro, a saída do Rio Urussanga em direção ao Oceano Atlântico que separa os municípios de Balneário Rincão e Jaguaruna, no litoral Sul de Santa Catarina. Foi ali, pouco mais de 80 metros da costa, que o barco pesqueiro Real 1, de Itajaí, naufragou por volta das 3h deste domingo (22).

Continua depois da publicidade

– Foi na hora do sono da tripulação, um foi passar o comando para outro que se perdeu e acabou trancando em um banco de areia ali – contou Rogério Cardoso, o Abacate, presidente da Colônia de Pescadores Z-33. O barco pesca atum e estava em viagem em direção ao Rio Grande do Sul.

Logo em seguida do encalhe, os oito tripulantes conseguiram rapidamente chegar na costa mesmo sob a escuridão da madrugada, justamente por conta do assoreamento da região. – Eles pegaram uns botes e chegaram na praia. Chegaram bem. Só um que foi levado depois ao hospital em Içara, estava bem nervoso, mas ficaram todos bem – comentou Cardoso.

Preocupações com óleo na praia

Movido a óleo diesel, o barco está abastecido e o encalhe fez com que houvesse vazamento do combustível. – No meio da manhã começamos a sentir o cheiro aqui na plataforma – contou Gelson Locks, presidente da plataforma de pesca de Balneário Rincão, distante 4 quilômetros ao Sul. – E o cheiro veio muito forte, foi diminuir só no meio da tarde – observou, sem esconder a preocupação. – Mas até agora o óleo não chegou na praia – esclareceu Rogério Cardoso.

Continua depois da publicidade

Diante do estrago, devem ser necessários até três dias para a remoção do barco. – Não é um barco pesqueiro pequeno, essas embarcações de atum costumam ser grandes – apontou o presidente da Colônia de Pescadores. Guinchos e boias flutuantes deverão ser deslocadas até a região para remover a embarcação. – O barco terá que ser trazido para a costa, para o mar ele não tem condições de voltar – sublinhou Cardoso. Na tarde deste domingo, quando a maré baixou, o presidente da Colônia foi até o barco caminhando “mar adentro” e, em vídeo, gravou a cena e encaminhou para o proprietário, que acompanhou a situação à distância, de Itajaí.

Mas como o barco chegou ali, se ele vinha navegando pela costa? – Ele pegou uma boca de água entre a areia e acertou um branco de areia. Já tem dados na popa, com o mar batendo ali com a maré subindo – detalhou o presidente da Colônia de Pescadores.

Além de combustível, há uma carga de pescados dentro da embarcação. Para o presidente da plataforma de pesca, pode ter havido algo além de um engano na manobra do barco. – Havia um cardume grande de tainhas pela região, pensamos que eles tiveram alguma informação e buscaram se aproximar da costa para pegar esse cardume e não conseguiram – especulou Gelson Locks.

Seja como for, os próximos dias serão de agito no meio da calmaria comum à região, na busca de remoção do barco encalhado.

Continua depois da publicidade