Lotado na comarca de Urussanga, atendendo nas delegacias da cidade e também das vizinhas Cocal do Sul e Morro da Fumaça, no Sul catarinense, o delegado Ulisses Gabriel vem usando as redes sociais para bater forte no governador Carlos Moisés, principalmente a partir da postura do Governo do Estado em relação à reforma da Previdência, aprovada no começo do mês.

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Terceiro suplente de deputado estadual da coligação PSD/PP/PSC, Ulisses chegou a exercer o mandato por dois meses em 2020. – Policiais civis prendem latrocidas, estupradores e traficantes. Fazem plantão, campanas e estão 24/7 (carga horária) à disposição. Porquê o governador Moisés trata-os de forma desigual, não só na previdência, com relação a PM e Bombeiros? A segurança pública não é uma só? Difícil entender… – postou em 19 de junho, um mês e meio antes da votação que determinou os rumos da reforma na Alesc.

Três diantes antes, Ulisses fez um elogio ao presidente Jair Bolsonaro, ao mencionar que o seu governo promover uma reforma justa para policiais federais e militares (das Forças Armadas e dos Estados) e aproveitou para bater mais em Moisés. – O governador Moisés, coronel estadual, com os direitos garantidos, vai ferrar a Polícia Civil, o IGP e o sistema prisional. Farinha pouca, meu pirão primeiro – disparou o delegado.

Ulisses foi delegado em Orleans, cidade da família Librelato, da sua esposa
Ulisses foi delegado em Orleans, cidade da família Librelato, da sua esposa (Foto: Divulgação)

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Mais queixas contra Moisés

Ulisses avançou nas críticas na medida em que a votação da reforma se aproximou. – Com cada vez mais nojo da política. Governador “Comandante” Moisés e os aliados da Alesc querem acabar com a polícia que pode investigar crimes contra o Estado. Já as emendas, de vento em popa. Só no Brasil o Parlamento recebe e distribui dinheiro. Separação de poderes não existe – reclamou, na véspera da definição.

No mesmo dia, o delegado usou a sua mãe como exemplo para ilustrar sua crítica ao modelo de reforma de Previdência proposto. – Minha mãe é professora aposentada. Entrou em 74. Contribui há 47 anos e tem 71 anos. Com a mudança do governo e da Alesc, vai perder por mês R$ 746,69. Ela não tem supersalário e não quebrou a previdência estadual. Está pagando conta de quem usou mal o dinheiro do povo – destacou.

Dia seguinte e, com a votação já realizada, e a reforma aprovada, o delegado Ulisses criticou diretamente seus ex-colegas: – Na Alesc, arautos da “moralidade” (alguns deputados) falaram em cortar “privilégios”. Mas de 25 mil de salário, até 22 assessores, cafezinho, sala boa, estacionamento privativo, diária, indenização por hospedagem em Florianópolis, plano de saúde e verba de gabinete não abrem mão. Piada! -.

Posteriormente, Ulisses Gabriel lembrou que “alguma perseguição do governo Moisés aos servidores civis da segurança por suas manifestações, isso deve ser considerado abuso de autoridade”. – A união da “nova” e da velha política não intimida – completou.

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Valorização do trabalho da Polícia Civil

Nos últimos dias, o delegado vem prestando contas das atividades da Polícia Civil na região. No dia 13, informou que desde o começo de abril a Comarca de Urussanga, da qual faz parte, realizou 34 prisões, cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e enviou 454 procedimentos para o Judiciário.

Delegado troca de partido

Ulisses Gabriel continua militando na política. Ele deve migrar em breve do PSD para o Podemos, no qual está convidado para assumir a coordenação regional e pretende novamente buscar mandato na Alesc. 

Em 2020 ele foi candidato a prefeito de Orleans, ficando em segundo lugar na disputa com 35,7% dos votos. O vencedor foi o reeleito Jorge Koch (MDB), que coincidentemente também é delegado da Polícia Civil.

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Ulisses na candidatura a prefeito, no ano passado
Ulisses na candidatura a prefeito, no ano passado (Foto: Divulgação)

No período em que exerceu mandato na Alesc, Ulisses Gabriel propôs, os colegas aprovaram e o governador sancionou a lei que cria a Semana Estadual do Empreendedorismo Feminino.

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