Santa Catarina encerrou esta quinta-feira (13) com 19.602 casos ativos de Covid-19. Desses, 3.048 estão nas três regionais de saúde do sul: 1.629 na região carbonífera, 620 no extremo sul e 799 na área de Laguna.

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Dos pouco mais de 3 mil casos ativos na soma dos 45 municípios das regionais que correspondem ao sul catarinense, 1.006 são pacientes de Criciúma, conforme o registro da Secretaria Estadual de Saúde. A prefeitura de Criciúma, em boletim divulgado no fim da tarde desta quinta, menciona um pouco mais: 1.025 ativos. Seja como for, a cada três contaminados pela Covid-19 de toda a parte meridional de Santa Catarina, um está na maior cidade do sul.

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Atrás apenas de Joinville

Criciúma segue, já faz algumas semanas, como a segunda cidade com maior número absoluto de casos ativos de contaminados. Perde apenas para Joinville, que na última atualização contabilizava 1.443 ativos, e à frente de cidades de maior população como Blumenau (807 ativos), Itajaí (689) e Florianópolis (654).

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Mas qual a razão disso? Onde os criciumenses estão se contaminando? — Em tantos lugares. Não dá para dizer que foi no bar, no ônibus, na escola. A contaminação acontece onde tem contato. Se um vizinho for visitar outro vizinho, esse vizinho pode ser contaminado. Se um almoço de família acontecer, e um estiver contaminado, os outros provavelmente vão se contaminar também — refere o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande.

Ele define a situação vivida como “roleta russa”. — O importante é que a aglomeração é que gera mais contaminação. Quanto menor o contato de pessoas, menor o risco. É uma roleta russa — aponta. E lembra que a contaminação pode ocorrer de diferentes formas. — Eu já fui no supermercado e, quando me dei conta, havia colocado a mão no tomate. Se eu estiver contaminado e outro vier pegar esse tomate, poderá se contaminar também — observa.

Para o secretário Acélio, Criciúma vive uma roleta russa
Para o secretário Acélio, Criciúma vive uma roleta russa (Foto: Divulgação)

De olho nas filas

Outra preocupação do secretário diz respeito aos lugares onde há formação de filas. — Já trabalhamos pela ampliação do atendimento de supermercados, bancos, agências lotéricas e do comércio, para evitar as filas — salienta. — E temos tentado dar o exemplo, fazendo de tudo para evitar filas nos postos de saúde — emenda. 

Casagrande não crê que as pessoas possam estar se contaminando em igrejas, por exemplo. — Eu acho que não. Com toda a sinceridade, vejo que as igrejas estão respeitando os espaços. Tem as academias também, que como as igrejas prestam um serviço fundamental — avalia.

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São constantes as clamações, em Criciúma, sobre a lotação no transporte coletivo. — De fato, o risco existe, mas vai de cada um. Qual o cuidado as pessoas estão tendo dentro dos ônibus? Será que as pessoas que estão ali, precisam mesmo estar indo? — indaga o secretário.

Leitos lotados

Criciúma fechou a quinta-feira com 171 pacientes hospitalizados. Entre confirmados para Covid-19, são 55 em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 106 em leitos clínicos. Entre pacientes com casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus, são dez internados em leitos clínicos.

— Pior que isso, é difícil. Temos pessoas esperando leitos de UTI, e isso nos preocupa muito. Isso é parte do pior momento, acreditamos daqui por diante que comecem a baixar esses números, conforme a vacinação avança — projeta o secretário.

Hospital São José, em Criciúma, com leitos Covid lotados
Hospital São José, em Criciúma, com leitos Covid lotados (Foto: Divulgação)

Vacina: 800 abriram mão

No fechamento da etapa de vacinação da faixa dos 60 anos em diante (Criciúma já está vacinando pacientes com comorbidades com mais de 50 anos), a Secretaria de Saúde do município registrou que cerca de 800 pessoas abriram mão da vacina, inclusive documentando essa decisão.

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— Essas pessoas alegam que a vacina pode causar isso ou aquilo, e que acham que poderá ser prejudicial. Não acreditam na ciência, mas sim nos que pregam esse tipo de coisa —, lamenta Casagrande. A preocupação do secretário, agora, está com a mutação das cepas do vírus. — E a agressividade disso. O que se tem percebido é o aumento de óbitos de pessoas com menos idade, o que não acontecia no passado — pontua.

Criciúma já registrou 460 mortes de pacientes com Covid-19 desde o início da pandemia.

Mais números

A segunda cidade com mais casos ativos de Covid-19 no sul é Tubarão, com 299 registros. Em Araranguá são 198. Outras três cidades da região contam com mais de 100 positivados: Içara (147), Braço do Norte (122) e Forquilhinha (110 casos). Confira, na lista abaixo, os casos ativos em cada uma das 45 cidades das três regiões do sul, conforme os dados da Secretaria de Estado da Saúde:

Criciúma – 1.006

Tubarão – 299

Araranguá – 198

Içara – 147

Braço do Norte – 122

Forquilhinha – 110

Sombrio – 97

Cocal do Sul – 96

Orleans – 87

Balneário Arroio do Silva – 64

Nova Veneza – 62

São Ludgero – 61

Imbituba – 52

Laguna – 49

Capivari de Baixo – 42

Turvo – 42

Jacinto Machado – 40

Morro da Fumaça – 35

Urussanga – 34

Jaguaruna – 33

Morro Grande – 31

São João do Sul – 30

Sangão – 27

Praia Grande – 24

Passo de Torres – 23

Meleiro – 21

Grão Pará – 19

Lauro Müller – 19

Balneário Gaivota – 17

Gravatal – 17

Treze de Maio – 16

Imaruí – 15

Maracajá – 15

Armazém – 13

Treviso – 13

Pescaria Brava – 11

Balneário Rincão – 10

Santa Rosa do Sul – 10

Siderópolis – 10

Pedras Grandes – 7

São Martinho – 7

Rio Fortuna – 6

Timbé do Sul – 5

Ermo – 3

Santa Rosa de Lima – 3

Os casos por 100 mil habitantes no sul

Na proporção de casos ativos por 100 mil habitantes, a carbonífera (Criciúma e 11 municípios vizinhos) ocupa o quarto lugar entre as 16 regionais de saúde. São 372, abaixo apenas do meio oeste (650 por 100 mil habitantes), Alto Uruguai (461) e Planalto norte (450). O extremo sul (Araranguá e 17 municípios vizinhos) contabiliza 306 ativos por 100 mil habitantes, e a região de Laguna (18 municípios) conta com 217 ativos por 100 mil habitantes.

Entre as cidades, o extremo sul tem uma que aparece em décimo segundo lugar na lista com mais ativos por 100 mil habitantes. Trata-se de Morro Grande, com 1.072. É o único dos 45 municípios de todo o sul catarinense que ultrapassa a faixa de 1 mil nesse item. A segunda com maior índice no extremo sul é Balneário Arroio do Silva, com 490.

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Morro Grande, única cidade do sul com mais de mil ativos por 100 mil habitantes
Morro Grande, única cidade do sul com mais de mil ativos por 100 mil habitantes (Foto: Divulgação)

Na região carbonífera, Cocal do Sul é a cidade com mais casos ativos por 100 mil habitantes: são 575. Criciúma tem 468. Na região de Laguna, Santa Rosa de Lima tem o índice mais elevado por 100 mil habitantes: 455, seguida por Braço do Norte, com 365.