Mais do que nunca, boa parte dos quase 7 mil habitantes de Meleiro, no Sul catarinense, estão olhando para o céu. Não é para menos. Os últimos dias têm sido impiedosos na cidade, distante 37 quilômetros de Criciúma. Entre sábado (5) e segunda-feira (7) teve vendaval com chuva, susto equivalente a tornado e destruição que redundou em um decreto de situação de emergência assinado pelo prefeito Eder Mattos (PL).
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Na espiada do engenheiro civil João Francisco Nazário para o céu por volta das 16h30min desta quarta-feira (9), uma surpresa. – É uma nuvem funil – definiu ele, que é servidor da prefeitura de Meleiro e não titubeou. Sacou o celular do bolso e gravou as imagens dos vídeos que ilustram essa postagem.
– Eu estava ali na Boa Vista, na ponte, filmando em direção à Linha São José e Sanga Grande, pois eu vi aquele funil se formando três vezes. Deu de ver certinho rodeando o tornado – contou. A ponte citada por Nazário passa sobre o Rio Jundiá, no limite com o vizinho município de Turvo.
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Não foi tornado
Chamou a atenção, mas não foi tornado. – Até é o tipo de nuvem que forma tornado. No vídeo, não conseguimos ver se teve rotação, mas se vê que não tocou no chão. Se não tocou no chão, não é tornado – esclareceu o meteorologista Leandro Puchalski. – É uma nuvem funil que não provoca estragos – completou.
Na segunda-feira, o vento forte que soprou em regiões de Meleiro destruiu um pavilhão de uma empresa beneficiadora de arroz no quilômetro 17 da SC-449 e colocou no chão o armazém de uma olaria na comunidade de Barra do Cedro. – Foi estrago total – contou o vereador e engenheiro agrônomo Antônio Simoni de Oliveira.

Ele percorreu as lavouras e constatou. – Tivemos perdas em algumas lavouras, como arroz e milho. E produção de leite, nossos produtores tiveram que descartar pois, com a falta de luz que tivemos na segunda, uma grande quantidade estragou – lamentou.
Antes disso, no sábado passado, o vento forte derrubou o pavilhão de uma mineradora de argila na localidade de Sanga Grande. – O vento foi tão forte que arrancou o telhado e levou a uns 15 metros de distância. E ficou tudo retorcido – referiu o funcionário da empresa, Vilson Duarte. No local estavam guardados caminhões, máquinas e argila.
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Os meleirenses seguirão olhando para o céu nesta quinta. Afinal, a previsão indica, de novo, calor forte (até 37 graus) e aquele pancadão de meio de tarde, podendo trazer temporal, ventos e, tomara que não, mais estragos.
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