O Criciúma poderia estar iniciando viagem para o Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (29), com uma vantagem de 2 a 0 para administrar sobre o Fluminense para a partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, que acontece neste sábado (31), às 16h30min, no Maracanã. Mas o erro da arbitragem que culminou no gol dos cariocas, descontando para 2 a 1, criou outra atmosfera para o confronto decisivo.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
– Não houve erro, houve má intenção da arbitragem. O Criciúma foi sim roubado – define o presidente Anselmo Freitas. O assunto ganhou grande repercussão desde a noite de terça-feira (27), quando o Tigre venceu o jogo no estádio Heriberto Hülse. O clube elaborou, com seus advogados em Criciúma e no Rio de Janeiro, uma representação para ser entregue à CBF contestando a atuação do árbitro Caio Max Augusto Vieira e do árbitro de vídeo Pablo Ramon Gonçalves, ambos do Rio Grande do Norte.
– Não vamos deixar que isso aconteça novamente – afirma. O presidente anuncia que irá à CBF nesta sexta, quando o Criciúma estará concentrado no Rio de Janeiro à espera da partida. E terá o apoio do presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rubens Angelotti. – Talvez eu não tenha acesso à Comissão de Arbitragem como presidente de clube, mas o presidente da Federação tem. E ele vai na Comissão deixar clara a nossa indignação – refere.

> Se o gelo permitir, estrada aberta na Serra do Rio do Rastro
Continua depois da publicidade
Árbitro que prejudicou o Criciúma estreou o VAR
Os árbitros Caio Max Vieira e Pablo Ramon Gonçalves, que estava comandando a arbitragem de vídeo na terça-feira em Criciúma, foram os primeiros a utilizar o VAR na história do Campeonato Brasileiro. Foi em 2019, na abertura da Série A, em uma vitória do São Paulo sobre o Botafogo por 2 a 0.
Na temporada anterior, em 2018, Caio Max chegou a ser rebaixado no Campeonato Brasileiro por um erro, sendo obrigado a passar por uma reciclagem e deixando, por um tempo, de apitar a Série A, voltando pela Série B. Ainda sem o VAR, ele trabalhava em um Santos x Athletico Paranaense quando marcou um pênalti a favor do time paulista, que ganhou por 1 a 0. – Como é que escala um juiz desse num jogo importante? Sem preparo, sem nenhuma competência. Até coloco em dúvida a honestidade dele – disse, na ocasião, o então presidente do Athletico, Luiz Emed. Em 2020, em um Grêmio 0 x 0 Corinthians, o dirigente corinthiano Andres Sanchez chegou a chama-lo de “despreparado” por conta de erros na partida, e exigiu da CBF que nunca mais o escalasse para jogos do Timão.

> Criciúma retoma vacinação com primeira dose após quase uma semana
Em recente reportagem de uma TV do Rio Grande do Norte, Caio Max afirmou que “arbitragem é uma paixão” e que tem o sonho de ingressar no quadro da Fifa e, quem sabe um dia, apitar uma Copa do Mundo.
Continua depois da publicidade
O lance polêmico em Criciúma
Voltando à preocupação do Criciúma com o jogo contra o Fluminense, o presidente entende que o peso do clube carioca pode ser determinante em mais alguma falha. Sobre o lance polêmico, o Fluminense perdia por 2 a 0 aos 25 minutos do segundo tempo quando uma bola foi alçada na área do Criciúma. O zagueiro Luccas Claro caiu, reclamando pênalti. As câmeras mostram com clareza que o volante Dudu Vieira, que estava na marcação do jogador do Fluminense, sequer tocou nele, e inclusive se afastou na medida em que a bola se aproximou. O árbitro Caio Max Vieira marcou o pênalti sem sequer consultar o árbitro de vídeo, que estava disponível no estádio.

Irritado, o dirigente do Criciúma questionou a função do VAR. – Fizemos um grande investimento, afinal é o time da casa que paga a conta do VAR. Eles vieram pela primeira vez em Criciúma, havia uma equipe para ver aquilo que todo mundo viu, que não foi pênalti. Estamos tristes e indignados. Se fomos prejudicados em casa, imagina no Maracanã – adverte Anselmo.
Os altos valores em jogo a partir de agora na Copa do Brasil são outro fator que, conforme o presidente, pesam. – Quem passar agora fatura R$ 3,4 milhões. Na próxima fase são mais R$ 7 milhões. Na semifinal, R$ 23 milhões. Na final, R$ 56 milhões. E são prêmios cumulativos. Logo, tem muita grana e muito interesse envolvidos – avalia o dirigente. – E é claro que há o interesse de que os clubes grandes avancem. Mas nós não vamos acompanhar isso calados. Vamos agir – sublinha.

> SC tem registros de queda de neve e temperaturas negativas
Continua depois da publicidade
VAR na Série C
Essa discussão vem no momento em que a CBF anuncia a possível adoção do VAR em rodadas decisivas das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro. Se garantir a passagem pela atual fase – o Criciúma está em terceiro no Grupo B, do qual classificam quatro – o Tigre avançará para um quadrangular que definirá o acesso de duas equipes, na etapa que terá, pela ideia da CBF, o uso do VAR.

– Claro que o VAR é importante e salutar, mas a CBF precisa dialogar com os clubes, que não podem ficar com esse custo todo. E ele precisa ser usado também – finaliza o presidente do Criciúma.
Leia também:
> Entenda o que muda na proposta da Reforma da Previdência
> Bombeiros multa escolas na região de Criciúma
> Quatro baleias encalham em Santa Catarina em menos de uma semana