O tricampeonato catarinense em 1991 rendeu ao Criciúma Esporte Clube um prêmio que ficou, nas últimas três décadas, guardado em um cofre, longe da visão do torcedor. Eis que, 30 anos depois da conquista, a valiosa taça está finalmente sob posse do Tigre.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

Estava em jogo naquela ocasião a Taça Maximiliano Gaidzinski, uma peça com 800 gramas de ouro maciço. As conquistas do Criciúma em 1989, 90 e 91 valeram ao tricolor a conquista. Tratava-se daquele time que encantou o Brasil com o título da Copa do Brasil em 91 e a emblemática participação na Taça Libertadores de 92.

Quando veio a conquista do tricampeonato estadual, o então presidente do Criciúma, Moacir Fernandes, solicitou que a taça de ouro, com a imagem de Maximiliano Gaidzinski, fosse guardada em um cofre na empresa Eliane, grupo fundado pelo homenageado com sede em Cocal do Sul. Assim foi feito nos últimos 30 anos até que, na semana passada, representantes da família foram até o presidente do clube, Anselmo Freitas, efetuar a entrega da peça.

Família Gaidzinski entregou taça aos diretores do Criciúma
Família Gaidzinski entregou taça aos diretores do Criciúma (Foto: Criciúma EC / Divulgação)

> Salvaro sobre chance de ser candidato a governador: “zero”

Continua depois da publicidade

R$ 264 mil

Por contar com 800 gramas de ouro maciço, a taça vale R$ 264 mil conforme a cotação mais recente do metal, cerca de R$ 330 o grama. 

– Desde a conquista do tricampeonato, a pedido do clube, a família Gaidzinski guardou e cuidou desta importante taça que conta um pouco da nossa história – comentou o presidente do Criciúma. – O retorno do troféu simboliza, também, um ato de gratidão. E por todo esse valor financeiro e sentimental, decidimos que seguisse para o cofre de um dos bancos da cidade, onde permanecerá em segurança – anunciou Anselmo.

O alto preço comercial da taça é algo absolutamente incomum no cenário do futebol brasileiro, onde tais peças possuem muito mais valor afetivo do que financeiro. Os R$ 264 mil dessa taça recém resgatada pelo clube, por exemplo, corresponderiam a perto de metade da folha de pagamento do time que, nesta temporada, promoveu o Criciúma à Série B do Campeonato Brasileiro.

> Pautas a favor do carvão dão fôlego à economia Sul catarinense

Como a taça ficará em um cofre de um banco em Criciúma, o que o torcedor verá na Sala de Troféus Décio Bianchini Góes, localizada no estádio Heriberto Hülse e reinaugurada recentemente, é uma réplica. 

Continua depois da publicidade

> Anvisa cita “grande preocupação” e pede proteção policial a servidores

Quem foi Maximiliano Gaidzinski

Maximiliano Gaidzinski, nascido em 20 de setembro de 1912 no interior de Cocal do Sul, então distrito de Urussanga, era o antepenúltimo de uma prole de 13 filhos. Muito jovem, mudou-se com a família para Criciúma onde, em 1947, constituiu a primeira empresa, Cerâmica Santa Catarina (Cesaca). Em 1959, se desfez desta para assumir a Cerâmica Cocal que, fundada cinco anos antes, encontrava-se em grave crise. A assumiu e, em 1960, rebatizou Cerâmica Eliane, em homenagem à sua filha caçula.

Dali por diante, Milo, como Maximiliano era conhecido, tornou-se um dos grandes industriais do seu tempo, fazendo da Eliane uma referência internacional em cerâmica. Era um apaixonado torcedor do Criciúma, do qual fez a Eliane patrocinadora nos áureos tempos do time.

Maximiliano Gaidzinski fundou a Cerâmica Eliane, em Cocal do Sul
Maximiliano Gaidzinski fundou a Cerâmica Eliane, em Cocal do Sul (Foto: Reprodução)

Ainda teve tempo de ver o seu Criciúma ser campeão catarinense em 1986. Faleceu no ano seguinte, aos 74 anos. Daí veio a ideia dos herdeiros de patrocinador o Troféu Maximiliano Gaidzinski, que seria oferecido ao clube que primeiro fosse tricampeão consecutivo ou conquistasse cinco títulos alternados em Santa Catarina. Coube justamente ao Criciúma a honra.