Uma reforma política está a caminho em Criciúma. E poderá transformar três fundações municipais em duas secretarias. Isso tudo envolvendo áreas como meio ambiente, cultura e esportes. O prefeito Clésio Salvaro decidiu extinguir a Fundação Municipal de Meio Ambiente (Famcri) e estuda fazer o mesmo com as áreas da Cultura e Esportes.

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O assunto veio à tona nesta terça-feira (23), levantado pela vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) nas redes sociais. Ela apontou a medida como “um retrocesso enorme pra cidade e para as próximas gerações”. 

Em seguida, a prefeitura, por nota, esclareceu que estuda adequações ao organograma e prepara uma reforma administrativa. Mais adiante, o prefeito Clésio Salvaro, por suas redes sociais, fez um comentário sobre enxugamento da máquina pública, confirmando a decisão. 

– Vocês lembram, a gente falava em gastar menos com a máquina pública e gastar mais com a cidade? Era o famoso choque de gestão – recordou. A partir daí, elencou números positivos da sua gestão, como a melhoria dos índices de competitividade e de qualidade de ensino em Criciúma.

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E foi além. – O tempo para abrir uma empresa vai melhorar. Nós vamos criar a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade – anunciou.

Cultura e Esportes na mira

A prefeitura ainda não anuncia, mas há outras duas extinções de fundações em estudo: a Fundação Municipal de Esportes (FME) e a Fundação Cultural de Criciúma (FCC) que podem ser transformadas em uma secretaria só, abrangendo também o turismo, que atualmente é uma diretoria ligada à FCC.

– Todas as secretarias tiveram seminários e estudos de modernização e ampliação, buscando sempre a melhor condição de atender os munícipes – justificou o atual presidente da Famcri, Róbson Izidro. – A Fundação do Meio Ambiente esteve inserida no contexto. A questão de otimização de custos, inserindo a questão de impostos, encargos e a criação de pessoas jurídicas no entorno da prefeitura – comentou.

Centro Cultural administrado pela Fundação Cultural de Criciúma
Centro Cultural administrado pela Fundação Cultural de Criciúma (Foto: FCC / Divulgação)

Izidro observou que Criciúma buscou exemplos de Blumenau e Joinville para fazer a transformação da gestão municipal de meio ambiente. – Vamos incluir agricultura e sustentabilidade, dando mais musculatura – adicionou.

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As licenças ambientais continuarão sob responsabilidade da nova secretaria, e os funcionários serão mantidos. – Claro que alguns vamos transferir para outras áreas carentes de servidores na gestão – detalhou Izidro. 

Nos próximos dias, o projeto de extinção da Famcri e criação da nova secretaria será encaminhado à Câmara de Vereadores.

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Mas há reações

A oposicionista Giovana Mondardo promete questionar a mudança na Câmara de Vereadores. Ela lembrou que a Famcri foi criada em 2008 para regrar educação ambiental, monitoramento, licenciamentos e fiscalização “com um corpo técnico, concursado, de servidores efetivos”.

– Do ponto de vista do objetivo, tem a autonomia, a independência, hoje a Famcri não é refém nem um órgão da prefeitura. Criar uma secretaria, que vai ficar subordinada à prefeitura, nos assusta e nos preocupa – sinalizou. – Isso viola a autonomia e a independência da preservação ambiental na nossa cidade – advertiu.

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A vereadora apontou que a gestão ambiental na cidade “vai ficar refém de discussões politiqueiras e dos grandes poderosos que ameaçam o meio ambiente”.

Vereadora Giovana contesta extinção da fundação ambiental
Vereadora Giovana contesta extinção da fundação ambiental (Foto: Câmara Criciúma / Divulgação)

O assunto promete futuros debates. Mas a meta do Executivo é fazer a reforma sair do papel. E logo.

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