O Tony Marcos, cuja morte foi confirmada na noite desta sexta-feira (23) em Içara, era um radialista brilhante. De trato fácil, tinha muitos amigos. Costumava dizer que os melhores entre os seus amigos estavam um na terra e outro no céu. Na terra, seu pai, cuja distância física o fazia sempre ser lembrado com muito carinho. No céu, Deus, para o qual recorria sempre com suas orações bem refletidas e pontuadas.
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Foi um duro golpe da Covid-19 contra a comunicação do Sul de Santa Catarina. Com seus 45 anos, o Tony era uma voz ainda jovem, que certamente compartilharia muito tempo com os ouvintes da região. E era um comunicador nato, versátil. E leve também. Não guardava aqueles ranços de concorrência irrelevante. Na última vez que trocamos uma ideia, estava ele no ar e eu na sua audiência, transitando pela cidade, recebendo o carinho e a referência afetuosa pelas ondas do rádio.
O conheci em 2007, quando cheguei em Criciúma vindo de Porto Alegre. Ele, não muito antes, havia migrado do rádio de Tubarão, onde também fez bom nome, para Criciúma. Na Rádio Hulha Negra, era um faz-tudo. Produzia, apresentava, planejava, cuidava de todos os detalhes.
Tempos depois, transferiu-se para a Rádio Difusora de Içara, onde provou novamente a sua versatilidade. Passou a ancorar programas de larga audiência e, a certa altura, teve a oportunidade de exercitar com tempo e sequência outra paixão, a narração de futebol. Tanto que o Criciúma Esporte Clube fez questão de postar a sua reverência ao radialista agora falecido.
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Depois dos muitos gols e dos vários programas de sucesso na Difusora de Içara, voltou para a Hulha Negra. – Ele veio em um momento importante para nós. Participou de uma transição da nossa programação e ajudou a fixar, a partir de 2016, novos produtos e um programa de muita audiência pela manhã – lembra a diretora da emissora, Carolini Salvaro.
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Em setembro do ano passado, participou ativamente da guinada que a Rádio Hulha Negra sofreu, transformando-se em Rádio Jovem Pan News. Era um dos âncoras da programação jornalística até deixar o microfone na segunda quinzena de junho, por conta da doença.
Natural de Treze de Maio, Tony era católico fervoroso e praticante, assíduo em eventos da igreja, seja fazendo leituras ao microfone nas celebrações, seja amparando na organização de eventos.
O radialista descobriu que estava positivado para Covid-19 em 20 de junho. Quatro dias depois, há exatamente um mês, postou nas redes sociais uma homenagem ao seu saudoso pai, que estaria aniversariando. No dia 27 foi internado no Hospital São Donato.
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Sofreu complicações no quadro e acabou intubado em 2 de julho. Desde então, deixou de se comunicar com parentes e amigos, cabendo aos familiares informar sobre o seu estado de saúde.
– O Tony era um profissional exemplar e muito querido por todos – conta Carolini, que tinha contato praticamente diário com a família de Tony nas últimas semanas. Ele não chegou a ser imunizado contra a Covid-19, e não tinha qualquer doença pré-existente.
Diego, um dos filhos de Tony, lançou uma nota de agradecimento em nome dos familiares.
Um homem de fé, fiel a igreja e que amava incondicionalmente a família. Pai presente, esposo atencioso e um apaixonado pelo rádio. Foram 25 anos de muita dedicação ao trabalho que tanto gostava. Ministro da Palavra, sua presença era constante na igreja da comunidade de Nossa Senhora de Fátima e na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida. Que agora descanse ao lado do Pai Todo Poderoso e de Nossa Senhora. Em nome da família, agradecemos aos médicos e enfermeiros do Hospital São Donato, que não pouparam esforços para tentar ajudar o quadro clínico. Nessa hora de dor, agradecemos também a todas as orações, que confortaram e nos deram esperança.
O velório de Tony Marcos acontece neste sábado (24), no Centro Pastoral da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, em Içara. O sepultamente será à tarde no cemitério do Bairro São Martinho, em Tubarão.
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