O que todo mundo (menos o árbitro) viu na terça-feira (27), na vitória do Criciúma sobre o Fluminense por 2 a 1 em partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, a CBF reconheceu: o lance polêmico que deu origem ao gol do time carioca foi ilegal. Essa informação foi obtida pelo presidente do clube, Anselmo Freitas, em visita à CBF na tarde desta sexta-feira (30).

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Anselmo e o presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rubens Angelotti, foram recebidos pelo presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Leonardo Gaciba. Durante a reunião, tiveram acesso a todas as imagens e os áudios da arbitragem no jogo Criciúma x Fluminense. 

Mas o reconhecimento do erro no lance reclamado pelo Criciúma não veio do presidente da Comissão. – A Comissão não se pronuncia sobre isso. Quem reconheceu o erro foi a Ouvidoria da CBF – esclarece o dirigente do Tigre. – Logo após o jogo, formalizamos nosso protesto na FCF, a FCF encaminhou à Ouvidoria, é o expediente normal. A Ouvidoria analisou o lance e emitiu um parecer, que o Criciúma já recebeu, e no documento está o parecer da Ouvidoria, que o Criciúma tem razão, que não houve o pênalti para o Fluminense – detalha.

Árbitro consultando o VAR no lance do pênalti para o Criciúma
Árbitro consultando o VAR no lance do pênalti para o Criciúma (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

O pronunciamento da Ouvidoria confirma o conteúdo dos vídeos e áudios aos quais os presidentes do Criciúma e da FCF tiveram acesso.

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– No conteúdo todo, ficou muito claro que, quando houve o pênalti para o Criciúma, o árbitro de vídeo chamou o árbitro de campo e sugeriu que ele fosse olhar o vídeo. Ele fez isso e marcou o pênalti. No pênalti para o Fluminense, o árbitro de vídeo não acionou o árbitro de campo. Ele poderia ter chamado, e não chamou – conta Anselmo. – Ouvimos aquilo que já pensávamos, que não houve pênalti, houve uma proteção de braço do Dudu Vieira quando o zagueiro do Fluminense veio vindo. Nesse meio tempo, o zagueiro sentiu um toque do Dudu nas costas, a bola já havia passado e ele se jogou, fez toda aquela acrobacia – recorda.

Árbitro Caio Max no momento em que foi consultar o VAR
Árbitro Caio Max no momento em que foi consultar o VAR (Foto: Celso da Luz / Criciúma EC)

O presidente relata detalhes dos áudios dos diálogos entre os jogadores e os árbitros, que constam nos arquivos abertos pela CBF. – O Dudu Vieira falou várias vezes para o árbitro que ‘eu não fiz nada, eu não fiz nada’. Em nenhum momento o árbitro de vídeo chama ele, ficou evidente o erro do árbitro de vídeo. Na hora do pênalti para o Criciúma, o árbitro mandou os jogadores do Fluminense se afastarem. Isso também deu para ouvir – sublinha Anselmo.

Indagado sobre o acontecimento, o presidente da Comissão de Arbitragem limitou-se a responder que “em 99% das vezes que é chamado, o árbitro de campo atende a sugestão do árbitro de vídeo e vai ver o lance no monitor”. Daí, o presidente do Criciúma reiterou ao ex-árbitro Leonardo Gaciba a pergunta. – Se o VAR não sugeriu, é porque a equipe de arbitragem não usou todos os recursos que dispunha. Se existe o VAR, se está à disposição, se o clube paga, o que custa chamar em um lance polêmico? -. A pergunta ficou sem resposta.

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Não ficou claro, também, se haverá algum tipo de punição à arbitragem. Mas ficou no ar a impressão que sim, que tanto o árbitro Caio Max Vieira e o árbitro de vídeo Pablo Ramon Gonçalves devem sofrer sanções, como possíveis afastamentos de futuras escalas.

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Agora é atenção total para este sábado (31). Fluminense e Criciúma decidem a primeira vaga nas quartas de final da Copa do Brasil a partir das 16h30min no Maracanã. O empate serve para o Tigre. Se perder por um gol, pênaltis para definir o classificado. A arbitragem será de Felipe Fernandes de Lima, de Minas Gerais. O árbitro de vídeo será o paulista Rodrigo Guarizo do Amaral.

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