Na próxima semana, uma comissão de vereadores de Criciúma estará em Brasília para cumprir agendas em ministérios e, entre uma visita e outra, pretendem se encontrar com o deputado Filipe Barros (PSL-PR). Ele é o relator da proposta do voto auditável.
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– Vamos entregar em mãos a nossa moção de apoio a esse projeto – anuncia o vereador Júlio Kaminski (PSL), que estará acompanhado dos colegas Pastor Jair Alexandre (PL) e Manoel Rozeng (DEM).
A moção entrou na pauta da Câmara na sessão desta terça-feira (3) e foi aprovada por 15 votos a 1. – Hoje as urnas não são auditáveis, está nas mãos somente do presidente do TSE que tem a chave do cofre para abrir – disparou o vereador Jair, um dos autores da moção. – Todos nós brigamos por transparência, e o voto impresso será uma ferramenta para isso – argumentou.
Ele lembrou o formato defendido pelos apoiadores da proposta. – Não é aquela cédula antiga, o voto continua eletrônico. Haverá uma urna conectada e a pessoa vê o voto e o recibo vai para essa urna – resumiu Jair.
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Caso de ex-deputado do Sul é lembrado
Em 2014, o ex-deputado Dóia Guglielmi (PSDB) perdeu cadeira na Alesc para Vicente Caropreso (PSDB) por 37 votos. Ele terminou a eleição como primeiro suplente da bancada com 41.052 votos. Ocorre que 287 votos da urna 458 de Içara, cidade de Dóia e vizinha a Criciúma, foram perdidos por um problema técnico na urna eletrônica.
Houve perícias posteriores, recursos à Justiça Eleitoral mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sem conseguir acessar os resultados, considerou apenas os 44 votos colhidos em cédulas de papel depois das 15h (horário do problema na urna).
– Se tivesse voto auditável na época, o Dóia seria deputado, pois essa urna era em reduto dele – lembrou o vereador Jair Alexandre. – Esse tipo de injustiça, o voto auditável traz solução – completou. – Qual a razão da resistência à transparência? Ninguém vai levar voto para casa, vai ficar armazenado – emendou o vereador Kaminski.
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“Voto impresso é corrupção eleitoral”
O vereador Zairo Casagrande justificou a posição do seu partido, o PDT, em relação à polêmica. – Para mim, voto impresso é corrupção eleitoral. Mas o PDT defende o voto impresso dentro da urna, voto que possa ser confrontado no momento que você vota – observou.
Ele criticou a onda atual de corrupção no Brasil e disse que essa discussão sobre o voto vem em hora errada. – No país em que eu estou, a pauta é a pandemia, a pauta são os 40 milhões de famintos – pontuou. – Nós não exercemos o cinismo de pedir transparência mas defender 100 anos de silêncio sobre bandalheiras. Essa proposta que está no Congresso não será aplicada por excesso de cinismo – reforçou.
O único voto contrário à moção, porém, não foi do vereador do PDT, mas sim da vereadora Giovana Mondardo (PCdoB). – O TSE garante que, além de auditável, a urna permite a recontagem pelos boletins de urna – justificou ela. – O PDT votou três vezes a favor do voto auditável, por coerência temos que ser favoráveis, mas nos diferenciamos dos que estabelecem o cinismo como norma – arrematou Casagrande.

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