Eles são, literalmente, a linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Enfermeiras e enfermeiros estão cumprindo papeis mais que decisivos pela saúde de todas e todos. A semana foi dedicada a eles, já que o Dia da Enfermagem foi comemorado na última quarta-feira (12).
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Principal hospital do sul do estado, o São José, de Criciúma, encerra nesta sexta-feira (14) a sua programação da Semana da Enfermagem. Estão sendo dias de muitas lembranças sobre histórias vividas pelos profissionais da área nesse mais de um ano de combate ao coronavírus.
Infelizmente, muitas vidas já foram perdidas no São José nesse período difícil. Mas há os pacientes que foram salvos, por conta de muito esforço e dedicação também dos profissionais de saúde envolvidos.
— Em momento algum eu tive medo. E olha que eu sou medrosa — contou Poliana Vicente, que durante 41 dias esteve internada na UTI do São José, em coma e lutando pela vida. Ela atribui papel determinante da sua vitória ao desempenho da equipe de enfermagem do hospital de Criciúma. — Enquanto me arrumavam para ser levada à UTI, me fizeram perder o medo, me descontraíram. Eles são anjos — elogia.
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Faz poucos dias, Poliana voltou ao São José para uma visita de agradecimento. Aproveitou suas qualidades musicais para fazer uma apresentação aos trabalhadores e a quem estava pelo hospital.
“Torço para o Palmeiras”
Mais uma prova desse carinho que os enfermeiros adicionam aos tratamentos dos pacientes que lutam contra o coronavírus veio com a profusão dos chamados “prontuários afetivos”. Nesse, que o próprio Hospital São José compartilhou ontem em suas redes sociais, constam as preferências do paciente, obviamente não identificado, que se encontra em leito de UTI.
“Torço para o Palmeiras, adoro churrasco com Coca-Cola, amo ir à igreja e amo ouvir o hino ‘Mais um Milagre’”, diz o receituário, escrito por uma das enfermeiras, em caprichada caligrafia, com informações especiais do paciente. Esses dados são colhidos, via de regra, quando da internação.
Você se identifica com alguma dessas características? Esse é o prontuário afetivo de um de nossos pacientes na UTI para o tratamento da Covid-19. Nesta iniciativa humanizada para conhecer melhor os pacientes, a equipe de enfermagem busca com a família informações sobre os gostos e preferências que são anotados a mão nesse prontuário muito especial, demonstrando ainda mais amor e afeto. UTI do Hospital São José, 13/5/2021
— Certa vez, tivemos um paciente que acordou após um tempo em estado grave. Ele nos pediu um refrigerante. Sem sombra de dúvidas atendemos o pedido — exemplifica a enfermeira Thamiris da Luz.
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Depois de oito dias internado, o paciente Hermes Biranoski teve alta. Superou a Covid e levou para casa uma receita diferente: 20 doses de abraços, 30 doses de carinho, 10 doses de risadas e 40 gotas de união entre a família. — Tentamos, por esse receituário afetivo, demonstrar aos pacientes que eles devem continuar nesta corrente do bem — aponta Thamillis Csunderlick, gerente de enfermagem do São José.

Uma profissão desafiadora
No Hospital São José, são 110 enfermeiros e 500 técnicos de enfermagem na rotina. — Ser enfermeiro, hoje, é desafiador — defende a enfermeira Thamilis. — Ser enfermeira é saber lidar com os caminhos da vida — define. — Somos aqueles que, muitas vezes ocultos no tratamento, damos o carinho, a ajuda, o banho que alivia, a medicação contra a dor. Somos primordiais na recuperação — sublinha.
— Com a pandemia, a sociedade passou a reconhecer melhor nossa classe — pontua o enfermeiro Bruno Nogueira, dos mais jovens no São José, onde atua desde dezembro.
Já habitual no hospital, o mural de recados e painel de fotos foi novamente instalado, para suavizar um pouco a rotina estressante dos plantões e o vai e vem nos corredores do São José.
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Apresentações musicais, entregas de brindes, celebrações religiosas e outras atividades também foram oferecidas aos profissionais da enfermagem ao longo da semana.
(Colaboração: Katia Farias e Jéssica Pereira / Comunicação Hospital Sâo José)