Completadas três semanas de volta às aulas presenciais na rede municipal de ensino em Criciúma, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) faz uma avaliação positiva e vai ao ataque. – O aluno que não voltar às salas de aula, vai ser reprovado por faltas – anuncia. Seria uma obviedade, não houvesse a pandemia de Covid-19 a tornar o ensino remoto uma nova realidade consolidada em muitas partes.

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– Lugar de criança é na escola – reforça Salvaro, sempre que pode. O município avalia que 80% dos estudantes retomaram o ensino presencial em Criciúma. São mais de 15,6 mil estudantes de volta nas escolas, ante 20,2 mil matriculados na rede.

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O secretário de Educação do município garante que há segurança para os estudantes. – Calculamos o espaçamento em todas as 65 escolas da rede municipal. Não há aglomerações, tem a triagem na porta da escola com a aferição da temperatura – destaca Miri Dagostim. 

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Prefeitura faz busca ativa de ausentes

Os alunos que não estão presentes vêm sendo alvos de buscas ativas pela Secretaria de Educação. – Buscamos saber a situação de cada aluno, há uma parcela de estudantes que não compareceram ao presencial nem aderiram ao remoto. São esses estudantes que queremos saber o paradeiro – salienta o secretário. Em casos extremos de ausência, o Conselho Tutelar é acionado.

O prefeito Salvaro cita uma recomendação encaminhada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) aos prefeitos catarinenses. – O TCE está preocupado, encaminhou recomendações aos municípios para a retomada das aulas. É uma verdadeira vergonha o que estamos vivendo – aponta.

Prefeito tem reforçado convocação para alunos irem para as escolas
Prefeito tem reforçado convocação para alunos irem para as escolas (Foto: Divulgação)

Salvaro faz duras críticas ao Sindicato dos Servidores Públicos de Criciúma e Região (Siserp), que lidera o contraponto ao município no incentivo à retomada das aulas presenciais. – É só essa cambada de vadios do sindicato que ficam fazendo campanha para os alunos não voltarem – dispara.

O Siserp respondeu. – Não somos vadios. Acreditamos que a decisão de ir ou não à escola cabe aos pais – rebate a presidente do sindicato e suplente de vereadora em Criciúma, Jucélia Vargas. – O prefeito precisa respeitar o decreto estadual que confirma o direito dos pais, de decidir pela presença ou não dos alunos em sala de aula – salienta.

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Quem bateu pé, segue no remoto

Uma mãe de aluno, que preferiu não se identificar, contou que seguem casos de alunos no ensino remoto na cidade. – As mães que quiseram continuar com seus filhos no remoto, continuaram, as que bateram pé – diz. – A pressão deu resultado – observa. 

Mas ela cita casos de escolas onde as mães estariam sendo “coagidas” a colocar seus filhos no presencial novamente. – Uma mãe nos contou que foi na escola para saber se realmente era verdade que tinha que mandar seu filho para a escola, ou se tinha alguma alternativa. A diretora respondeu que era ordem do prefeito, que só ficariam em casa as crianças que precisassem, apresentando atestado médico – conta.

Em recente vinda do governador Carlos Moisés a Criciúma, Salvaro tratou de alunos nas escolas
Em recente vinda do governador Carlos Moisés a Criciúma, Salvaro tratou de alunos nas escolas (Foto: Maurício Vieira / Secom)

O secretário Miri responde que não há coação. – Não, nós estamos dialogando com os pais, sugerindo a retomada presencial e assegurando que há todas as condições sanitárias para que as crianças estejam nas escolas com segurança – sublinha.

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