Seu Nézio vivia um aniversário como tantos em seus 75 anos recém completados nesta terça-feira (21). Trabalhou em um estacionamento cuidando dos carros e, pouco depois das 21 horas, voltava para casa. Pretendia jantar, descansar um pouco com a esposa e, em seguida da meia-noite, cumpriria a outra jornada, enquanto vigilante, até as 5 horas da manhã.
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Mas ele não chegou em casa. Conduzindo sua moto Honda CG pela Avenida Centenário, a principal de Criciúma, teve uma infeliz surpresa. Um Chevrolet Onix que encontrava-se estacionado diante de um hotel, na esquina com a Rua Joaquim Nabuco, arrancou. Nézio Marinho teve pouco tempo para evitar o choque. Desviou e, na manobra, caiu e acabou atropelado por um Peugeot 206.
– Ele morreu na hora, no local – contou Maicon Marinho, um dos três filhos de Nézio, ainda atônito com o acontecido durante o velório do seu pai no amanhecer desta quarta-feira (22). Nézio será sepultado às 16h no Cemitério Municipal do Bairro São Luiz.
– O pai era um homem saudável. Com 75 anos, não tomava um remédio sequer – pontuou Maicon. Coube a ele dar a má notícia à mãe, de 65 anos, que precisou ser medicada para conseguir ir ao velório do marido. Eles eram casados havia quase 50 anos. – Eu estava voltando do trabalho e eu passo por aquele local do acidente, mas como vi uma fila de carros ali, desviei por outra rua. Tivesse seguido na Centenário e eu teria passado pelo acidente que tirou a vida do meu pai – comentou o filho, sem conter a emoção.
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Maicon soube do acidente e da morte do pai minutos depois de desviar do local, ao receber uma foto que mostrava a moto danificada. A Polícia Militar esteve no local. No diálogo com os motoristas envolvidos, ouviu do condutor do Onix que ele havia acionado o sinal antes de deixar o estacionamento para ingressar na pista. O outro motorista alegou que não teve tempo para desviar de Nézio.
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Figura conhecida na cidade
Nézio era conhecido popularmente em Criciúma como “cabeça branca”. Obviamente, por conta dos cabelos grisalhos que ostentava havia tempo. Em postagem nas redes sociais, o filho Maicon apontou que o pai “teve a moto fechada e acabou sendo atropelado por outro carro”.
Vigilante na Praça Nereu Ramos, Nézio cuidava de lojas da área central havia mais de 30 anos e vigiava, também, a Catedral São José. – Faz pouco dias que eu conversei com o pai, comentando que estava na hora de ele se aposentar. Ele nem pensava em parar de trabalhar, gostava muito do que fazia – relatou Maicon.
Nézio deixou esposa, três filhos e seis netos.
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Caminhoneiro e DJ morto em Siderópolis
Horas antes do acidente que vitimou Nézio Marinho, na tarde desta terça-feira, o caminhoneiro José Roberto Inácio Pereira, 32 anos, morreu na SC-445, em Siderópolis, cidade vizinha a Criciúma. José Roberto conduzia seu caminhão com placas de Sombrio quando perdeu o controle do veículo e saiu da pista, atingindo quatro casas. Em algumas havia moradores, mas ninguém se feriu.
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A rodovia ficou bloqueada por cerca de 5 horas, já que o caminhão conduzido por José Roberto carregava 2 mil litros de óleo diesel. Dessa quantidade, 300 litros vazaram, exigindo que a pista fosse lavada e houve o transbordo da carga.
Além de caminhoneiro, José Roberto era DJ e residia em Sombrio. Na noite desta terça, ele participaria na sua cidade de um show com a banda Os Guris do Piseiro. Ele deixou esposa e três filhos.

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