Ele foi mais votado que 16 deputados estaduais eleitos no último domingo (2). Mesmo com 39.032 votos, Acélio Casagrande (PSDB) não terá assento na Assembleia Legislativa (Alesc) a partir de 2023. Campeão de votos entre todos os não eleitos, o ex-secretário de Estado da Saúde terminou na primeira suplência dos tucanos, e por muito pouco. – Faltaram 700 votos, ou para mim, ou para a legenda – lamentou. O PSDB reelegeu os deputados Marcos Vieira e Vicente Caropreso, que ficou 765 votos à frente do criciumense na acirrada disputa pela vaga.
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Acélio foi o candidato do prefeito de Criciúma. Clésio Salvaro (PSDB) o buscou em julho de 2019 para comandar a Secretaria Municipal de Saúde, da qual licenciou-se em março para concorrer. Indagado sobre a razão do insucesso, Acélio tem a resposta na ponta da língua. – Foi um erro estratégico do PSDB -.
Acontece que os tucanos lançaram outros dois candidatos a deputado estadual na região carbonífera: Aroldo Frigo Júnior, vereador em Nova Veneza, que conquistou 6.342 votos, e Giovana Galatto, ex-vereadora de Cocal do Sul que somou 4.824 votos. Acélio contava com até 2 mil votos em Nova Veneza, caso o vereador Aroldo tivesse aceitado o seu pedido, de abrir mão da candidatura. – O prefeito Rogério Frigo sempre me apoiou, me apoiaria de novo – lamentou. – Outras regiões colocaram um candidato só. Foi o que aconteceu em Jaraguá do Sul, onde o deputado Vicente Caropreso concorreu sozinho, tinha muitos recursos e nos ganhou por 700 votos – refletiu. – E, por esse erro, nossa região vai pagar um preço muito alto – argumentou.

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Uma breve esperança
Acélio Casagrande viveu uma rápida esperança de conquistar o mandato no começo da semana. – Eu fui procurado por um cidadão que fez os cálculos e nos garantiu que o PSDB teria direito a três cadeiras, e o PL perderia uma – contou. – Eu pedi ao nosso advogado que recalculasse, ele recalculou e percebeu que, realmente, na legenda faltaram 700 votos. Se tivesse feito 700 a mais o PL perderia uma cadeira e o PSDB ganharia uma. Foi uma alegria de poucos minutos – referiu.
Para Acélio, a legislação precisa mudar. – A legislação está muito errada, eu fui o vigésimo quinto mais votado de Santa Catarina e não estou dentro. O voto por legenda precisa mudar, deve ser deputado aquele que leva mais voto – sublinhou.
Além do acúmulo de candidatos em sua região, Acélio identificou outra razão para o revés: o voto em massa no PL. – É lamentável isso, de votar em números e não em pessoas que trabalham. Outras candidaturas vieram, e muitas delas por número. Foi muito forte essa questão do 22, perdi muitos votos por isso, mesmo eu tendo o 22 do presidente na colinha – avaliou. – Quem conhecia o senador Seif aqui? Ninguém. Mas votaram no número dele. Foi uma onda que nos prejudicou – registrou.

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Segunda vez que é primeiro suplente
Não é a primeira vez que Acélio Casagrande termina na primeira suplência de uma eleição a deputado. Em 2006, ainda pelo PMDB, buscou cadeira na Câmara Federal, somou 58.835 votos e acabou atrás apenas dos eleitos Mauro Mariani, Edinho Bez e João Matos. – Parece uma sina. Na de federal faltaram 5 mil votos. Agora, por 700. A legenda bate na trave de novo – comentou.
Na condição de suplente, ele exerceu aquele mandato por alguns períodos entre 2007 e 2010. – Naquela eleição eu fui o candidato mais votado na história para deputado federal em Criciúma, fiz 22 mil votos. Até hoje ninguém bateu – recordou. E nessa onda dos recordes, Acélio guarda mais um agora. – Fiz a maior votação da história de Criciúma para deputado estadual, quase 27 mil votos na cidade, superei o Clésio Salvaro que havia feito 22 mil – frisou. Mas não adiantou.

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Um sonho: a prefeitura
Sem mandato na Alesc, Acélio Casagrande voltará à Secretaria de Saúde do município a partir do próximo dia 18. Mas o desempenho lhe cacifou para um próximo desafio: tentar ser prefeito de Criciúma. – O Salvaro será o grande coordenador disso tudo. Mas há outros nomes também – ponderou.
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Acélio já disputou duas eleições para prefeito na cidade: em 2008 (na primeira vitória de Clésio Salvaro), foi cabeça de chapa pelo PMDB e terminou em terceiro. Em 2016, concorreu a vice, ainda no PMDB, do então prefeito Márcio Búrigo (à época no PP) e a dupla perdeu para Salvaro.
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