Colônia Azambuja é o primeiro núcleo colonial do sul de Santa Catarina, onde pioneiros imigrantes italianos assentaram-se em abril de 1877. Perto dali desenvolveu-se Pedras Grandes, que prosperou no século 19 graças à mineração de carvão e à estação ferroviária instalada na vila, que tornou-se distrito em 1888 e décadas depois, em 1961, emancipou-se de Tubarão.
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Pedras Grandes é hoje uma pequena cidade agrícola. No último censo do IBGE, em 2010, computou 4.107 moradores, e vive a realidade de muitos municípios do seu porte e perfil: vem perdendo habitantes. Tanto que o mesmo IBGE estimou, em 2020, que 3.953 pessoas moram no município. Cerca de 70% da população vive na área rural.

Um dos destaques da economia é o cultivo da uva Goethe, que dá origem ao famoso vinho que tem mercado nacional a partir de Pedras Grandes e Urussanga. A cidade localiza-se a 26 quilômetros de Tubarão e 53 de Criciúma.

Prefeito preocupado com o mapa
Pois o prefeito Agnaldo Filippi (PP) tem olhado com preocupação para o mapa que aponta os 159,8 km² de Pedras Grandes. Ele aponta ao menos três casos em que comunidades um tanto distantes estão passando para outros municípios. O prefeito chegou a levar à Justiça a discussão sobre a eleição de uma cooperativa da vizinha Morro da Fumaça em terras que ele considera pedras-grandenses.
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– Temos três ocorrências de conflitos de limites nossos, e queremos resolver isso. Afinal, o que é de Pedras Grandes, é de Pedras Grandes – afirma Filippi. Um dos casos é na comunidade de Rio da Areia, localizada ao sul do município, perto do limite com Cocal do Sul e Morro da Fumaça. – Havia um rio que indicava nosso limite com Cocal do Sul. Esse rio foi retificado por causa da estruturação de um distrito industrial, que ficaria em nosso território, mas Cocal do Sul está tomando conta desse distrito. Entendemos que aquela área é nossa, e o retorno que ela gera também – aponta o prefeito.
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Ciente da reclamação, o prefeito Fernando de Fáveri (MDB), de Cocal do Sul, observa que o seu município há muito tempo tem domínio sobre essas áreas, com prestação de serviços, cobrança de impostos e fornecimento de documentos para os titulares de terras da região.

– Se o prefeito quiser reclamar, pode reclamar, mas é fato, todos ali sabem, que é Cocal do Sul quem cuida dessa área. As empresas que ali estão, nós fornecemos os alvarás, existem os documentos nos registros de imóveis também – acrescenta. Mas ele coloca disposição em dialogar com o prefeito vizinho. Porém, lembra que as terras reclamadas pelo colega localizam-se a 10 quilômetros da sede de Cocal do Sul, e a mais de 30 quilômetros do Centro de Pedras Grandes.

Impasses com Treze de Maio e Tubarão
Outra reclamação de Agnaldo Filippi é com a vizinha Treze de Maio. – Temos uma comunidade que se chama Santa Cruz. E havia uma placa indicando o limite com Treze de Maio. Esse placa foi modificada de lugar. Isso foi feito faz alguns anos já, e essa placa ficou lá, fora do lugar, e passando a indicar que Santa Cruz era de Treze de Maio, mas na verdade Santa Cruz é de Pedras Grandes – reivindica o prefeito. – Já iz contato com o prefeito de Treze de Maio para ver se a gente resolve isso – aponta.
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O outro protesto de Agnaldo Filippi diz respeito a Tubarão. – Ali tem uma comunidade antiga, que é Alto Pedrinhas, que fica longe de Tubarão, ela é mais próxima de Pedras Grandes e nós que fazemos a manutenção da estrada e prestamos serviços – sublinha. – Eu quero consolidar o território de Pedras Grandes, para a gente não perder o que é nosso nem ver diminuir a nossa população. Não vamos aceitar perder território – sublinha. Ele não descarta procurar a justiça para resolver os impasses.
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