Antes de chegar a pandemia de Covid-19, o sistema de transporte coletivo transportava até 55 mil passageiros por dia em Criciúma. Com o coronavírus, houve suspensões nos serviços ao longo de 2020 e os resultados são percebidos até hoje. Se por um lado, há menos usuários, por outro lado (ou por consequência) há menos ônibus nas ruas.

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– Até novembro estávamos transportando no máximo 70% do que já atingimos, ou seja, uns 33 mil passageiros por dia – conta o analista administrativo financeiro da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), Vilson Amaral.

Quando houve a paralisação pela pandemia, em março de 2020, empresas e trabalhadores buscaram outras alternativas. O tema pautou reunião nesta semana entre a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e diretores de empresas de transporte coletivo. O presidente da entidade, Valcir Zanette, referiu aos empresários David Tiscoski, Carlos Alberto Andrade e Ilka Barato a necessidade de reforçar a oferta de horários de ônibus.

Diretores da ACTU e da Acic conversaram sobre momento do transporte
Diretores da ACTU e da Acic conversaram sobre momento do transporte (Foto: Acic / Divulgação)

– Agregamos muitos horários ao longo da pandemia. O estudo para retomada de linhas é constante – observa Amaral. Empresários de diversos segmentos, como as cerâmicas, enfrentam dificuldades para contratar mão de obra em função da falta de ônibus para determinados destinos em alguns horários. Em algumas empresas, há vagas não preenchidas pela dificuldade de deslocamento dos trabalhadores.

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As paralisações do transporte foram de 19 de março a 8 de junho, com a volta até 17 de julho quando houve outra suspensão, com o retorno dos ônibus em 24 de agosto de 2020. Ainda na conversa com os representantes do transporte coletivo, o presidente da Acic lembrou que o sistema segue operando abaixo da capacidade, o que foi confirmado pelas empresas. O risco do transporte irregular de passageiros e a forma de pagamento dos serviços também foram debatidas.

As máscaras seguem sendo exigidas nos ônibus
As máscaras seguem sendo exigidas nos ônibus (Foto: Denis Luciano / Arquivo)

O assistente administrativo da ACTU lembrou que, atualmente, há supressão natural de linhas na cidade por queda na demanda. – É normal desses meses como janeiro e fevereiro, nos quais algumas linhas são retiradas de circulação pela falta de passageiros. Com a volta das aulas, muitas dessas linhas serão retomadas – garante.

As linhas são monitoradas pela Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT). – Temos análise constante. Se você for nos terminais do Pinheirinho e Próspera, por exemplo, vai observar que há ônibus saindo com 2 ou 3 passageiros – observa Amaral. Essa queda na procura faz lembrar as primeiras semanas pós retomada dos ônibus em Criciúma, em junho de 2020. No primeiro dia da volta, apenas 1 mil passageiros foram transportados, número que foi crescendo gradualmente, chegando a 5 mil em uma semana.

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Tarifa congelada há quase 5 anos

O último reajuste da tarifa do transporte coletivo em Criciúma foi registrado em 2017, alcançando os R$ 4,25 cobrados atualmente em dinheiro, na catraca. Os usuários do Criciumacard pagam R$ 3,90. Para professor, a tarifa é de R$ 2,92 e para estudantes, R$ 1,95.

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A data-base para negociação dos reajustes é em maio. Não há tratativas em andamento, por enquanto, para um possível acréscimo. Desde o início da pandemia de Covid-19, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) atuou junto à ACTU para manutenção dos valores atuais.

Em 2018, dois anos antes da pandemia, já se discutia uma redução na procura dos passageiros pelos ônibus em Criciúma. Na ocasião, os ônibus amarelinhos (que são os troncais, que interligam os terminais Centro, Próspera e Pinheirinho via Avenida Centenário) transportavam 950 mil passageiros por mês, com capacidade para chegar a até 1,3 milhão. 

Criciúma ainda não retomou movimento pré-pandemia nos ônibus
Criciúma ainda não retomou movimento pré-pandemia nos ônibus (Foto: Denis Luciano / Arquivo)

Em 2019, os valores foram mantidos sob a perspectiva da “racionalização do sistema”, como conceituou o prefeito, o que na prática foi uma revisão que adequou a oferta de linhas ao fluxo de usuários. Outra meta, na época, era o combate às fraudes e o enxugamento das gratuidades oferecidas.

Na volta dos serviços depois de 80 dias de suspensão, em 2020, a ACTU requereu reajuste para compensar as perdas, o que não foi autorizado pela prefeitura. Na época, os empresários alegavam que o valor arrecadado com os poucos passageiros transportados “não pagavam nem o óleo diesel”.

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