Os candidatos só existem em função dela. Os partidos, idem. Somos todos eleitores por conta dela. E sem ela não haveria o frisson, o frio na barriga de dias mágicos a cada dois anos. E até a empresa contratada para transportar urnas teria que buscar outros itens para carregar por aí. E nós estaríamos (se é que existiríamos) intercalando receitas de bolo com outras frivolidades do cotidiano. Eis um brevíssimo apanhado do que ela, a democracia, significa.

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E tais exemplos, dos maiores aos menores, são tangíveis para o brasileiro. Se você não tem idade suficiente para recordar, o Brasil sabe o que significa não votar. Pergunte aos sábios cujos cabelos embranqueceram também sob os efeitos da sombria época em que ninguém votava. E recorra à boa literatura que lhe dirá: nos foi apeado o direito de eleger presidente por longos 29 anos.

Somos 156.454.011 eleitores que podem, até devem divergir. Afinal, é clichê mas a unanimidade é sim burra. E até antidemocrática, em um plano onde verdades absolutas não existem. Mas estamos postos diante da necessidade do amadurecimento desse debate. O visível retrocesso no que de mais nobre pode haver em um ambiente democrático – o respeito à pluralidade – nos impõe um imenso dilema: o de crescer, e não encolher frente a uma conquista pela qual tanto lutamos, a do voto.

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Votar é libertador. Votar iguala, afinal, apossando-se de mais um clichê, é o voto que iguala o primeiro e o último, o alto e o baixo, o gordo e o magro, o milionário e o miserável, o velho e o novo. O voto só não iguala o democrata e o antidemocrata. E por uma simples razão: o antidemocrata (minoria absoluta, felizmente) não gosta de voto. Mas, afinal, quem pode não gostar de voto, se todos dependemos dele? Sim, não é ufanismo sublinhar o poder transformador do voto, o mesmo voto que mexe com massas, projeta e derruba líderes, reafirma, revela, descobre e desmascara.

Que a grande vitoriosa dessa desafiadora eleição seja ela, a democracia, e todos nós, seus defensores. Os candidatos, inarredáveis na certeza de que não há saída fora do voto, e os eleitores, cada vez mais encantados pelo brilho desse caminho que nos leva a encarar aquela tela, aquelas teclas e aquela soma de intenções, reflexões e ideologias.

Diretas, sempre!

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