Dentre os escorpiões mais encontrados em regiões urbanas de Santa Catarina, o amarelo é considerado o mais perigoso. Costuma ter até 7 centímetros de comprimento, puxa para o amarelo-claro na coloração, tem manchas escuras e sua picada aflige principalmente idosos e crianças, com dor, dormência, náuseas, vômitos e até arritmia, podendo levar à morte. Fatores de sobra para redobrar os cuidados.

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Em Criciúma, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) foi acionado nesta terça-feira (13) por uma moradora do Bairro Próspera. Ela contou, por telefone, ter localizado um escorpião-amarelo no terreno onde está a sua casa. Feita a inspeção no local, os técnicos se depararam com 11 escorpiões-amarelos no imóvel. 

– O que coletamos foi para a Gerência Regional de Saúde, onde passará por análises – informa a coordenadora do CCZ, Simone Cruz. – Se alguém encontrar um escorpião onde mora, deve nos ligar imediatamente, que fazemos o recolhimento – destaca. 

Sete meses sem escorpião

Havia sete meses que Criciúma não localizava um foco de escorpião-amarelo. Em relatório do mês de maio, porém, a Divisão de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) apurou que dez municípios catarinenses eram considerados infestados: Criciúma e Içara, no Sul, e ainda Antônio Carlos, Araquari, Balneário Camboriú, Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Joinville e Navegantes. Na ocasião, a prefeitura de Criciúma explicou que essa leitura da Dive se dava pelas precauções posteriores à localização dos escorpiões, e não por recorrência de registros.

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– O escorpião amarelo se reproduz em partenogênese, só tem fêmeas e todo o indivíduo adulto se reproduz – explica a médica veterinária da Dive, Alexandra Pereira, reforçando as condições para a multiplicação do aracnídeo. Ela lembra, ainda, que essa espécie se adapta a qualquer ambiente e é facilmente transportável e adaptável, o que dificulta ainda mais o controle.

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Locais com restos de alimentos que atraem baratas (que por sua vez são consumidas pelos escorpiões-amarelos) são de fácil aglomeração, além de abrigos de entulhos e restos de construção. O monitoramento das áreas onde há localização desses escorpiões deve ser constante, já que não há medidas para erradicação.

Os números

Até maio, Santa Catarina havia registrado 135 acidentes com escorpiões. Desses casos, somente dois necessitaram a aplicação de soro antiveneno. Em 2020 foram 339 acidentes, e não há registros de óbitos nessas ocorrências.

Em 2020, houve 33 acidentes com escorpiões no Sul, sendo 15 na região de Laguna, 9 na carbonífera e 7 no extremo sul. Na soma da série histórica desde 2010 até o ano passado, foram 283 acidentes com escorpiões em uma década na soma dos 45 municípios do sul catarinense.

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No relatório mais recente da Dive, em 2021 foram 731 escorpiões localizados no estado. Na região Sul, três em Içara. No cálculo da incidência de escorpiões por 100 mil habitantes o Sul tem suas três macrorregiões abaixo da média estadual, que é de 4,66 dos aracnídeos a cada 100 mil moradores. O índice está 4,03 em Laguna, 3,42 no extremo sul e 2,03 na região carbonífera.

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