A União Europeia desabilitou nesta quinta-feira 20 plantas frigoríficas de frango do Brasil, que não poderão mais exportar enquanto essa medida vigorar. A lista inclui três unidades da BRF em Santa Catarina: Chapecó, Capinzal e Concórdia.

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Essa medida traz forte impacto para o mercado nacional, pois a União Europeia representava 10% das vendas do setor.

Nesta semana o vice-presidente de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, disse que a desabilitação traz forte impacto pois a retomada pode levar até um ano, pois a reabilitação só ocorre após nova missão. Ele já calculou em US$ 42 milhões as perdas que haviam ocorrido até agora com as restrições da União Europeia. Em 2016 o Brasil vendeu cerca de 400 mil toneladas para os europeus e, no ano passado, já houve queda para 323 mil toneladas, em função do deslistamento de algumas unidades exportadoras.

O presidente da Associação Catarinense de Avicultura e do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados, José Antônio Ribas Jr, disse que o cenário é muito complicado.

– A estratégia brasileira demorou para reagir firme, nossa diplomacia é de "me queiram" e não de "me respeitem". Todas as 20 plantas não estavam exportando para lá, mas agora agrava a situação e fatalmente terá mais férias coletivas.

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Na terça-feira o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, concedeu entrevista coletiva afirmando que as negociações não tinham sido boas e que havia a possibilidade de suspensão pelos europeus.

Com isso acabou ficando sem efeito a retirada da suspensão preventiva adotada pelo próprio ministério. Na metade do mês de março, o governo federal determinou a suspensão temporária das exportações de frango para a UE de dez unidades da BRF no Brasil. A medida foi uma das consequências da Operação Trapaça, desdobramento da Operação Carne Fraca, que investiga fraudes em laudos de salmonella.

A BRF já havia anunciado férias coletivas em algumas plantas, uma delas em Capinzal-SC. A Aurora também anunciou férias coletivas em Abelardo Luz-SC. A tendência é que a medida seja adotada em mais plantas.

Veja a lista das plantas desabilitadas

1- BRF Concórdia

2- BRF Chapecó

3- BRF Capinzal

4- BRF Dourados-MS

5- BRF Serafina Correa-RS

6- BRF Rio Verde-GO

7- BRF Marau-RS

8- BRF Ponta Grossa-PR

9-BRF Toledo-PR

10- BRF Várzea Grande- MG

11- SHB Francisco Beltrão-PR

12- SHB- Nova Mutum- MG

13- Zanchetta -SP

14- São Salvador-SP

15- Bello Alimentos- MS

16- Avenorte -PR

17- LAR-PR

18- Copacol -PR

19- Copavel-PR

20- Copagril- PR