O preço do pão e outros derivados de trigo devem aumentar nas próximas semanas. O motivo é a pressão da matéria-prima, que vem subindo no mercado interno.
Continua depois da publicidade
– O trigo dobrou de preço, no ano passado pagávamos R$ 500 por tonelada e agora está R$ 1.000 a tonelada. Um dos motivos é o dólar, que aumentou cerca de 10%. E esse aumento não foi todo repassado pela indústria. A tendência é de aumentar mais – disse o gerente comercial da Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa), Lourenço Lovatel.
O engenheiro agrônomo do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, João Rogério Alves, destacou que além da safra passada ter uma quebra de 44% em Santa Catarina, por problemas climáticos, e 36% no Brasil, agora é um período de entressafra que é agravado pela crise da Argentina e o aumento do dólar.
– Como historicamente nós importamos metade do trigo e farinha que consumimos, e no momento há pouca oferta, a tendência é de aumento de derivados como pães, massas e biscoitos – declarou.
A situação só deve melhorar se o dólar baixar ou então com a safra, a partir de outubro.
Continua depois da publicidade
Em alguns supermercados de Chapecó a farinha já aumentou 7,5%. Mas isso ainda não foi repassado para o preço do pão.
O diretor do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Chapecó e Região, Marcos Albeirice, disse que o preço da saca de 25 quilos de farinha para panificação, que tem qualidade superior às utilizadas normalmente pelas donas-de-casa, passou de R$ 32 para R$ 38 em um mês. É um aumento de quase 20%.
– Nós ainda não repassamos esse aumento para o consumidor mas num prazo de dez a 15 dias deve ter um aumento de 10 a 15% – afirmou Albeirice.
Ou seja, o pãozinho vai ficar mais salgado.