A pesquisa agropecuária no Oeste Catarinense completa 70 anos. Em 1948, o Ministério da Agricultura instalou o Posto Agropecuário de Chapecó, que passou a coletar informações meteorológicas e dar início a pesquisas. Em 1968 houve a elevação para Estação Experimental e, em 1983, foi criado o Centro de Pesquisa para Pequenas Propriedades Rurais, que depois, em 2002, passou a ser denominado Centro de Pesquisas para a Agricultura Familiar (Cepaf).
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– Temos aqui uma casa meteorológica que é de 1948. Essa área, que atualmente tem 85 hectares, era da Embrapa e, em 1975, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina assumiu o espaço em sistema de comodato. Além dos 70 anos da pesquisa estamos comemorando os 35 anos do centro de pesquisas – explicou o pesquisador e gerente do Cepaf/Epagri, Ivan Baldissera.
Ele afirma que o Cepaf é um dos quatro centros especializados da Epagri, com o Ciram, Cedap e Cepa, os outros três sediados em Florianópolis. Atualmente, conta com 19 pesquisadores que desenvolvem 19 projetos e 40 experimentos.
– Nosso foco é a pesquisa voltada para a pequena propriedade, pois 90% delas em Santa Catarina têm menos de 50 hectares – explica Baldissera.
A Epagri desenvolve estudos nas áreas de conservação de solos e plantio direto, pesquisa de pastagens, cultivo de erva-mate e oliveiras, piscicultura, socieconomia, doenças de plantas e fruticultura, entre outros. Um dos focos principais é na área de grãos. Em Chapecó foram desenvolvidas três variedades de milho: Catarina, Colorado e Fortuna.
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– São variedades de polinização aberta, ou seja, que podem ser reproduzidas pelo agricultor. Têm um potencial menor de produção do que os milhos híbridos mas podem atingir até 160 sacas por hectare. São mais tolerantes à falta ou ao excesso de chuva e com semente que custa 10% em relação aos híbridos – cita o pesquisador Felipe Bermudez Pereira.
Fila de espera por sementes e novas variedades em estudo
No ano passado, foram comercializados 30 mil quilos de semente de milho e há até fila de espera. O supervisor técnico de pesquisas da Epagri, Alberto Höfs, diz que a variedade Catarina tem um rendimento de farinha superior a 70% e há agricultores que relatam uma boa aceitação dos animais em relação à silagem com esta variedade.
Nos próximos cinco anos devem ser lançadas mais duas variedades, uma com foco em produtividade e outra voltada para silagem, que está crescendo muito na região.
– Será uma variedade com grão mais mole para melhor digestibilidade e com bastante volume de massa verde – explica Felipe Bemudez.
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Na área de feijão foram lançadas duas variedades nos últimos quatro anos, o Predileto, que é de grão preto, e o Riqueza, um tipo carioca. Outras quatro estão em fase final de melhoramento genético. Uma delas será lançada no segundo semestre deste ano, também carioca.
– Focamos na produtividade, que deve ser 10% maior do que as que estão sendo cultivadas atualmente, além da qualidade do grão, para atrair indústria e consumidor, e mais resistência a doenças – menciona o pesquisador Sydney Antonio Frehner Kavalco.
O especialista ressalta que como as variedades são desenvolvidas em Santa Catarina, elas se adaptam melhor às características de clima e solo do Estado, o que propicia bastante produtividade.
Bom para os agricultores catarinenses, que, graças às pesquisas, estão entre os mais produtivos do país.
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