O anúncio de fechamento do frigorífico da GTB Foods, em Ipuaçu, na quinta-feira, trouxe uma grande preocupação com o impacto social e econômico na região. São 630 empregados que tiveram o aviso prévio da demissão anunciado e 90 avicultores, com 147 galpões, que ficarão sem produzir. A prefeitura de Ipuaçu estima uma perda de R$ 80 mil por mês, o que daria R$ 1 milhão por ano.
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O frigorífico abatia 90 mil aves por dia e ainda deve abater até quarta-feira ou quinta-feira. Depois disso, os funcionários começam a ser liberados. A empresa informou que a decisão de parar agora se deve a um cenário de resultados ruins desde o ano passado, que se agravou com os embargos europeus, aumento de custo e preço baixo do produto. No entanto, a empresa informou que conseguirá pagar funcionários, integrados e fornecedores.
– O salário está em dia e a empresa disse que pagará os acertos a partir de 16 de junho. Por precaução, vamos entrar na segunda-feira com uma ação de penhora dos bens. Esse fechamento nos pegou de surpresa. E terá consequências não só nos empregos diretos, mas também em outro setores como comércio, transporte, mecânico e pessoal de refeitório que era terceirizado – afirmou Marionice Bavaresco Machado, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne de Xanxerê e Região.
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A intenção é buscar vaga em outras agroindústrias mas o cenário no momento é ruim, com empresas em férias coletivas justamente para reduzir a produção. Para os avicultores o cenário não é diferente. Muitos tem dívida para pagar e não terão mais a produção.
Um exemplo é Márcio Luiz da Silva, que entregou 33 mil frangos na terça-feira e agora está com dois aviários, avaliados em R$ 600 mil, parados.
– Tenho ainda uns R$ 150 mil para pagar e sem a produção não tem como bancar, tem que renegociar a dívida. Estamos buscando outras empresas mas no momento é difícil. Eu ainda tenho outras atividades, de despachante e advogado. Mas tenho tios que tem três aviários, estão com parcelas para pagar e não tem outra renda – afirmou.