A Câmara de Vereadores de Chapecó decidiu arquivar o pedido de investigação por quebra de decoro parlamentar e uso eleitoral da máquina pública pela vereadora eleita Cleidenara Weirich (PSD), que poderia resultar na cassação do mandato. Eram necessários 14 votos (2/3) dos 21 edis para aceitação da denúncia mas houve somente dez votos favoráveis: João Rosa (PSB), Valdemir Stobe (PTB), Claimar de Conto (PP), Beto Zamprogna (Rede), Nando Santos (PC do B), Jenir de Paula (PT), Miguel de Castro (PT), Arestide Fidélis (PSB), Diego Alves (PP) e Alzumir Rossari (PC do B).

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Quatro vereadores votaram pelo arquivamento da denúncia: Aderbal Pedroso (PSD), Delvino Dall Rosa (PSB), Orides Antunes (PSD) e Ildo Antonini (DEM).

Sete se abstiveram: Célio Portela (PSD), Adão Teodoro (PR), Civaldo Mendes (PSD), Carlinhos Nogueira (PSD), Amarildo de Bairros (PSB), Valmor Scolari (PSD) e João Siqueira (PP).

Os seis vereadores que assinaram o pedido – Cleiton Fossá (PMDB), Cleber Ceccon (PT), Derli Maier (PMDB), Jatir Balbinot (PDT), Marcilei Vignatti (PT) e Neuri Mantelli – não puderam votar e foram substituídos por seus suplentes.

Com o resultado o processo no legislativo se encerra. Mas na prática não há mudança pois mesmo tendo sido a mais votada Cleidenara foi impedida de assumir pela Justiça Federal em virtude de investigação por desvios de recursos do Sistema Único de Saúde em benefício de familiares.

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O procurador jurídico do legislativo, Luiz Peruzzolo, lembrou que ela não chegou a assumir, pois foi afastada logo após a posse.

O advogado de defesa da vereadora, Thiago Etges, defendeu a tese de que não havia condenação eleitoral contra Cleidenara e ela não cometeu nenhuma quebra de decoro parlamentar pois simplesmente não assumiu o cargo.

No entanto seguem os processos na Justiça Federal. Cleidenara foi condenada em primeira instância a dez anos de prisão por associação criminosa e peculato. A Justiça Federal de Chapecó também decretou a perda de mandato da vereadora. Em ambas ela recorreu ao Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre, onde estão os processos. Ela recorre em liberdade.

Ele já havia sido proibida de exercer funções públicas desde o final do ano passado, em virtude da operação Manobra de Osler, que investigava desvios de recursos do Sistema Único de Saúde no período em que ela secretária de Saúde de Chapecó, em benefício de uma clínica de tratamento hiperbárico onde o marido era sócio.

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