As demissões em agroindústrias do Oeste de Santa Catarina passam de 600, podendo ultrapassar 700 em apenas dois meses, segundo dados dos sindicatos da região.
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A crise das agroindústrias, atingida pelas operações da Polícia Federal (PF), embargos, altos custos e greve dos caminhoneiros já teve reflexos em cidades como Abelardo Luz, que fechou 150 postos no semestre, sendo 98 da indústria.
— Esse número é reflexo das férias coletivas na agroindústria, pois sempre tinha 60 a 70 pessoas que eram contratadas para cobrir férias e agora não vai ter. Além disso, teve gente que saiu e a vaga não foi reposta — afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Xanxerê e Região, Marionice Bavaresco Machado.
Em junho, a Aurora Alimentos deu férias coletivas para 1,3 mil funcionários em Abelardo Luz. Há demissões na região que serão computadas em julho.
A presidente do sindicato informou que, em Ipuaçu, apesar do anúncio de retomada das atividades do frigorífico da GTB Foods, pela Jagua Frangos, muitos dos 620 funcionários do frigorífico preferiram optar pela rescisão.
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— Fizemos 144 rescisões de pessoas que quiseram a rescisão para reformar a casa, trocar de carro ou que quiseram sair da empresa — diz Marionice.
Impacto também nos números de julho
Pelo menos a empresa, que retoma os abates no dia 20 de agosto, pretende contratar para repor as vagas de quem saiu. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Concórdia e Região, Jair Baller, também prevê impacto nos números de julho.
— Na semana passada ocorreu a rescisão de 70 funcionários da BRF e, nesta semana, devem ser feitas mais 30 ou 40 demissões. Ainda teve 26 demissões da Farol que devem chegar a 50 ou 60 — diz Baller, citando a indústria de transformação de resíduos animais que, na semana passada, anunciou o fechamento da unidade de Concórdia. Essa não é uma agroindústria, mas utilizava matéria-prima dos frigoríficos, que registro queda de 300 toneladas por mês para 150 toneladas.
Pelo menos a JBS de Ipumirim continua contratando. Um dos motivos é que a empresa não foi atingida pelo embargo da União Européia.
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Em Chapecó, o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sintracarnes) inicia na próxima quinta-feira (26) as 350 rescisões da BRF. Além disso, 1,4 mil funcionários iniciam férias coletivas no dia 29 de julho e, depois de 30 dias, entram em suspensão temporária de contrato de trabalho, o chamado lay-off, por até cinco meses. O abate de frangos será suspenso, mantendo apenas o abate de perus.
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