A terceira fase da Operação Carne Fraca, denominada Trapaça, que apura suspeita e fraudes e laudo de salmonela, arranha mais uma vez a imagem dos setor de carnes, que durante muito tempo era símbolo de qualidade. Excelência que ajudou o Brasil a se tornar o maior exportador de frangos do mundo, com embarques de 4,3 milhões de toneladas, para mais de 150 países. A carne suína também abriu mercados exigentes como Estados Unidos, Japão e aguarda o início dos embarques para a Coreia do Sul.

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No entanto essa qualidade conquistada no campo está sofrendo com fraudes que foram apontadas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca. O foco central das operações não são em Santa Catarina mas já respingam no estado, com prisões em Chapecó e Treze Tílias.

De acordo com especialistas do setor a salmonela, que teve os laudos alterados, tem mais de três mil tipos, é comum em aves mas alguns deles podem causar intoxicação alimentar se ingeridos ovos e carne crua. Se for cozido ou frito as altas temperaturas matam as bactérias.

Mas o principal efeito é a perda de confiança. A relação de consumo é uma relação e confiança. Aliás, esse desdobramento da Operação Carne Fraca deve prejudicar ainda mais as negociações com a União Europeia, que já tinha barrado as vendas de algumas unidades, inclusive de Santa Catarina. Neste início de ano já houve redução das exportações e isso pode representar queda nas vendas. Não só da BRF, que é o alvo das investigações do momento e ainda por cima vive uma disputa interna na ordem administrativa, devido aos prejuízos do ano passado.

E Santa Catarina, que responde por 23% das exportações de frango e mais de 40% das exportações de suínos, é quem vai sofrer mais.

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No entanto não dá para ficar querendo culpar a Polícia Federal nem a imprensa. Às vezes é possível que ocorram equívocos na divulgação das operações. Mas elas só existem porque algumas pessoas não agiram de forma correta. Quem errou deve ser responsabilizado. Também as empresas, que tem rigorosos processos de qualidade interna, precisam ser mais rígidas nos processos internos para não perder seu principal patrimônio.

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