O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que cumpre roteiro na Ásia, anunciou na manhã desta quinta-feira a abertura da Coreia do Sul para o mercado de carne suína do Brasil. A notícia já era aguardada há algumas semanas.

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Somente Santa Catarina poderá exportar, por ser zona livre de aftosa sem vacinação, reconhecida pela OIE. A partir do certificado conquistado em 2007 iniciou a negociação com os coreanos.

Quatro frigoríficos catarinenses estão credenciados: Aurora de Chapecó, JBS de Seara, Pamplona de Presidente Getúlio e BRF de Campos Novos. Maggi disse que este é um mercado de US$ 1,5 bilhão.

O vice-presidente de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, disse que somente no ano passado os coreanos compraram 675 mil toneladas de carne suína.

– Após enfrentar um cenário de crise no setor temos boas expectativas para a venda para este mercado, que poderá se tornar o maior destino de nossos produtos – declarou.

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Nos primeiros anos a meta catarinense é abocanhar um volume de 30 mil toneladas/ano. Mas o começo será em pequeno volume até a adaptação da produção aos cortes exigidos pelos coreanos, que são parecidos com os pedidos dos japoneses.

Santa Catarina também é o único a exportar para o Japão.

A notícia vem num momento em que as exportações apresentavam queda em relação aos volumes do ano passado, principalmente devido ao embargo russo, que dura desde dezembro.

Há uma expectativa que os russos também anunciem a reabertura nos próximos dias.

No ano passado o Brasil exportou 592 mil toneladas de carne suína, com faturamento de R$ 1,47 bilhão. Santa catarina respondeu por 40% deste volume, com faturamento de US$ 593 milhões.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes ou Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Ricardo Gouvêa, também acredita que no início os volumes não são consideráveis, pois o Brasil terá que brigar com outros mercados e ainda tem uma taxa de 25%.

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– A partir de agora as empresas passam a negociar e os embarques podem ocorrer em breve, embora os volumes não devam ser significativos neste início, o fato de a Coreia do Sul, que é um mercado exigente, dizer para o mundo que confia na qualidade e segurança dos alimentos brasileiros, isso já tem um efeito muito positivo no mercado – avaliou Gouvêa.