As normas de qualidade do leite estarão em discussão nesta terça-feira (12) a partir das 14h no Ministério da Agricultura, em reunião extraordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados.
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– Essa reunião é muito importante. Após consulta pública, vamos discutir e propor novos padrões de qualidade, como limite de células somáticas e contagem bacteriana, e tratar de critérios de conservação. Vai haver resistência, mas é um passo na direção certa – disse Airton Spies, secretário de Agricultura do Estado de Santa Catarina.
Novos padrões de qualidade já eram para ter entrado em vigor em julho de 2016, pela Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, só que o nível de exigência de contagem bacteriana total (CBT) de 100 mil células por mililitro e células somáticas (CCS) de 400 mil por mililitro eram muito rígidos para os padrões brasileiros, e deixariam de fora pelo menos metade dos produtores, segundo Spies.
– Esse era um padrão da Nova Zelândia, que tem clima frio, e que não cabe na realidade tropical do Brasil, por isso existe uma proposta de 300 mil para CBT e 500 mil para CCS, que em Santa Catarina já 2/3 dos produtores conseguem atender – avaliou.
Mesmo assim, essa medida já vai gerar exclusão, pois a proposta é de que quem não atingir o padrão durante três meses consecutivos tem o recolhimento do leite suspenso.
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Outra proposta levantada na consulta pública é de diminuir a temperatura do leite na chegada ao laticínio de 10ºC graus centígrados para 7ºC.
Spies disse que essas medidas vão contribuir para um leite com mais qualidade e assim auxiliar na busca de mercado externo, para dar conta do crescimento da produção. Atualmente, o Brasil já é autossuficiente na produção e precisa exportar para conseguir manter o crescimento. Santa Catarina é o quarto maior produtor com 60 mil produtores comerciais e produção de 3,4 bilhões de litros por ano.