O preço do milho subiu 32% em menos de dois meses e está causando preocupação para criadores de aves e suínos de Santa Catarina. A saca de milho que estava R$ 26,50 em Chapecó, no início de fevereiro, chegou a R$ 35 ontem, de acordo com dados do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Cepa/Epagri).
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Um dos motivos é a redução de 20% na safra catarinense, projetada em 2,4 milhões de toneladas, motivada pela redução de área plantada e de produtividade. Com isso, o déficit catarinense de milho aumentará de 3,5 para 4 milhões de toneladas. Cereal que terá que ser buscado no centro-Oeste, a mais de mil quilômetros de distância, ou em outros países.
O presidente da Associação Catarinense de Avicultura, José Antônio Ribar Jr, solicitará isenção do ICMS na compra de milho de outros Estados, que é de 8%.
Ele afirmou que, com o milho nestes patamares, há risco de fechamento de algumas plantas industriais.
Losivânio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), afirmou que os criadores independentes já estão com R$ 100 de prejuízo por animal gordo. No último mês, o custo de produção de aves e suínos aumentou 3,8%, segundo a Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia.
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O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, Enori Barbieri, disse que além dos problemas de redução da safra de milho no Estado e uma seca na Argentina, há ainda a especulação no mercado, que acaba fazendo o preço do cereal subir.