Foi decretado luto oficial de três dias em Chapecó devido à morte do ex-prefeito do município, Milton Sander, ocorrida às 21h de segunda-feira, no Hospital Regional do Oeste, por insuficiência renal crônica.
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De acordo com o atual prefeito, Luciano Buligon (sem partido), Sander deixou um legado de obras e projetou a cidade internacionalmente
— O prefeito Milton Sander foi sem dúvida nenhuma um dos grandes prefeitos de Chapecó, antevia o crescimento da nossa cidade. Em dois mandatos ele não só se dedicou a obras importantes como o aeroporto, a rodoviária, obras que até hoje nos dão o status de uma cidade em crescimento e pleno desenvolvimento, como também asfaltou grande parte dos bairros de Chapecó e também teve uma questão muito importante no que se refere à representatividade, na criação da Fecam, esteve na fundação da Chapecoense, com destaque nacional e internacional pois fundou a Federação Brasileira de Municípios e a Confederação Sul-Americana dos municípios, onde tinha sede em Quito. Foi um político hábil. O povo de Chapecó chora sua perda mas também tem honra e o orgulho de ter sido governado por esse grande prefeito — disse.
O corpo do ex-prefeito está sendo velado na Funerária Dom Bosco, onde vários amigos e familiares já foram prestar suas homenagens. O enterro será às 18h, no Cemitério Ecumênico Municipal.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Chapecó, Márcio Sander, que é sobrinho de Milton, também disse que o tio deixa um legado.
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— O Milton sempre foi um visionário. Acompanhei desde menino a trajetória dele, aos 32 anos ele deixou a advocacia, onde tinha grandes empresas como clientes, para se dedicar à vida pública. Ele tinha uma capacidade muito grande, foi fundador e primeiro presidente da Fecam e nacionalmente sempre defendeu o municipalismo. Era muito pragmático e evoluído nas idéias. A área do atual aeroporto não se não fosse ele aproveitar a oportunidade. A Rodoviária foi considerada uma obra faraônica e hoje está pequena. O ex-governador Luiz Henrique da Silveira (também já falecido) uma vez me disse que o Milton era um prefeito acima da média. Ele foi um cara que fez muito — disse o sobrinho, triste, mas orgulhoso do tio.
Márcio Sander também lembrou que o primeiro título da Chapecoense foi na gestão de seu tio e ele ampliou o então estádio Regional Índio Condá, para que recebesse as partidas do Campeonato Brasileiro de 1978.
A presidente da Fecam, Sisi Blind, também encaminhou sua mensagem para a família.
— Milton Sander é para o movimento municipalista de Santa Catarina e do Brasil um baluarte, representa a grande força para o movimento municipalista, grande líder, impulsionador da nossa história e importante pelo legado que deixou. Temos a certeza que essa liderança nos impulsiona pelo seu exemplo.
Natural de São Carlos, Milton Sander foi prefeito de Chapecó de 1977 a 1983 e de 1989 a 1993. Foi durante seu mandado, em 1981, que foi inaugurado o monumento “O Desbravador”, de Paulo de Siqueira, que é um dos símbolos da cidade. Durante a sua administração foi construído o Aeroporto Serafim Enos Bertaso, o Hospital Regional do Oeste, o terminal rodoviário Raul Bartolamei e implantou a Escola de Artes de Chapecó.
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Um dos apelidos de sua gestão foi “Dr. Asfalto”, pela inúmeras obras de pavimentação. Foi o primeiro presidente da Fecam. Foi eleito deputado estadual em 1999, com 28.884 votos, pelo PPB, sendo o primeiro presidente da Comissão do Mercosul.
Foi candidato ao senado em 1986 e a vice-governador, em 1994, na chapa de Angela Amin. Um de seus últimos cargos públicos foi o de superintendente regional da Casan. Nos últimos anos voltou a exercer a advocacia mas já enfrentando problemas de saúde. Era casado com Lerides Menta Sander, com quem teve um filho, Gustavo.