A inauguração da Rota do Milho, para trazer o cereal do Paraguai para o Oeste de Santa Catarina, que estava prevista para a próxima sexta-feira, será adiada. Um documento do Bloco Regional dos Intendentes, Prefeitos e Alcaides do Mercosul (Bripam), entidade que é uma das articuladoras da Conexão Transfronteiriça, informou que as chuvas frequentes de dezembro e janeiro atrasaram as obras de acesso e estacionamento nos portos de 7 de agosto, no distrito de Carlos Antônio Lopez, no distrito de Itapua, no Paraguai, e também no porto de Piray, município de Misiones, na Argentina, onde vai ocorrer a travessia do rio Paraná.

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De acordo com o diretor de desenvolvimento regional da Secretaria de Planejamento do Estado, Norton Flores Boppré, a expectativa é que uma nova data seja marcada para o final de fevereiro ou início de março.

Serão quatro caminhões de milho que sairão do Paraguai, atravessarão o Rio Paraná por balsa até a Argentina e entrarão em Santa Catarina pela alfândega de Dionísio Cerqueira seguindo até Chapecó, para os silos da Aurora. Haverá um ato no Paraguai, um em Dionísio Cerqueira e outro em Chapecó, todos no mesmo dia. A expectativa é que o trajeto de cerca de 500 quilômetros seja cumprido em seis horas. O trajeto é de menos da metade do que as cargas que são buscadas no Centro Oeste. As agroindústrias já traziam milho do Paraguai por Foz do Iguaçu.

Boppré informou que desde março o Governo do Estado, via Núcleo de Fronteira, está articulando com entidades e lideranças governamentais dos Mercosul a viabilização da rota. Uma das mudanças que já ocorreu foi a elevação de categoria da aduana de Dionísio Cerqueira para Alfândega.

– Simultaneamente estão sendo tomadas providências junto à Receita Federal, Polícia Federal e órgãos de inspeção para que tudo esteja pronto para dar conta do fluxo que a rota vai criar – explicou.

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Ele afirmou que após a primeira importação de milho devem começar as viagens de caminhão, em pequena escala, e ir aumentando gradativamente. Para isso é necessário incrementar a estrutura na fronteira. Outra demanda é pavimentar 30 quilômetros de rodovia no Paraguai. Futuramente a intenção é construir uma ponte no rio Paraná, entre Major Otaño, no Paraguai, e Eldorado, na Argentina.

Santa Catarina consome 6,5 milhões de toneladas de milho e produz apenas metade disso.