Após terem frustradas as tentativas de negociação com a União Europeia, sobre a retomada das exportações de frango, a previsão das agroindústrias é de mais férias coletivas e possibilidade de demissões. Além disso o Brasil deve entrar com uma representação na Organização Mundial do Comércio contra a União Europeia.

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Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira o ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, disse que a DG Santè, que é a Direção Geral de Saúde e Segurança dos Alimentos, da União Européia, pretende suspender as compras de frango de todas as plantas da BRF e também mais alguma planta de outras empresas, ainda não informadas. Até agora algumas plantas tinham sido suspensas preventivamente pelo Ministério da Agricultura, sendo três em Santa Catarina – Chapecó, Capinzal e Concórdia – em virtude de uma investigação sobre irregularidades em laudos de salmonella. Essa medida pode ser suspensa pelo próprio ministério, diferente do que ocorrerá se os europeus suspenderem. Essa medida ainda vai passar por uma votação entre os membros da União Européia, nesta semana.

O ministro disse que o governo brasileiro não pode aceitar isso pois essa questão sanitária o Brasil tem como defender e a medida dos europeus é comercial. Por isso cogita a entrada de um painel na OMC.

O vice-presidente de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que já foi contratado um advogado para assessorar o governo brasileiro nesta medida, que também precisa ser uma medida de governo.

Santin afimra que as perdas com as exportações para a União Européia já somam US$ 42 milhões. E que o prejuízo será maior caso sejam confirmado o embargo.

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– Caso eles confirmem o embargo será necessária a vinda de uma nova missão para liberar as exportações, isso vai representar mais unidades suspendendo os abates, dando férias coletivas e há o risco de uma onda de demissões – afirmou.

A União Europeia representa 10% da venda de frango do Brasil e 15% de Santa Catarina.

Santin lembrou que nunca houve uma reclamação de consumidores europeus em relação ao frango brasileiro, pois a salmonella não representa risco se o produto for assado ou cozido.