A safra de trigo deve ter um aumento de 36% neste ano em Santa Catarina, de acordo com o boletim agropecuário de agosto do Centro de Socioeconomia  e Planejamento Agrícola da Epagri.

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No ano passado a produção foi de 128,6 mil toneladas e, para este ano, a projeção é de 174,7 mil toneladas. Como a área plantada teve pouca alteração, de 53 mil hectares para 54 mil hectares, o crescimento é atribuído a um ganho de produtividade, que vai passar de 2,4 mil quilos por hectare para 3,2 mil quilos.

Um dos motivos é o clima mais favorável do que no ano passado, quando muitos produtores tiveram problemas na germinação por falta de chuva.

De acordo com o engenheiro agrônomo João Rogério Alves, neste ano também houve estiagem, mas ela ocorreu quando o trigo já estava em desenvolvimento, fase em que a cultura não necessita de tanta umidade. A boa safra só não será confirmada se houver chuva insuficiente na fase de enchimento de grãos. Atualmente, a maioria das lavouras ainda está em fase de crescimento das plantas.

A previsão de boa safra deixa feliz os agricultores, pois o preço médio do trigo também está bom, a saca de 60 quilos está R$ 43, 25% a mais do que em julho do ano passado.

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No Brasil, também há previsão de crescimento da safra de trigo, de 15%, segundo a Conab. Mas a previsão de 4,9 milhões de toneladas produzidos atende menos da metade do consumo no país, que é de 11 milhões de toneladas. Ou seja, ainda é preciso importar o grão. 

Se por um lado o cenário está bom para o produtor, ele está ruim para o consumidor.

– Como nós não produzimos trigo suficiente para o consumo e precisamos importar, essa alta do dólar ajuda o produtor mas não o consumidor, pois a tendência é de aumento dos derivados – explicou o gerente de comercialização da Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa), Lourenço Lovatel.

Parte desse aumento já vem sendo sentido nos supermercados. Em Chapecó, o preço do pão subiu 3,8% e da farinha 9,6%, segundo levantamento do Curso de Ciências Econômicas da Unochapecó e Sicom.

 

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