Uma outra pesquisa da Embrapa busca ajudar a resolver um dos problemas mais comuns em propriedades rurais – a destinação de animais mortos. A unidade vem desenvolvendo pesquisas com equipamentos que podem auxiliar o produtor a ter um descarte adequado, preservando a sanidade dos rebanhos e evitando a poluição dos mananciais. Na unidade da Embrapa Suínos e Aves o projeto de Tecnologia de Destinação de Animais Mortos testa um incinerador que vai até 800 graus e reduz o volume a 1% do total, mas que tem um grande gasto de energia; um desidratador que retira água dos animais mortos e reduz o volume a 30%, que pode ser utilizado como fertilizante; um rotoacelerador – que tritura as carcaças – e outro aparelho que as decompõe e transforma em líquido.
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– São processos que inativam bactérias potencialmente poluidoras. O problema é o custo de alguns equipamentos que pode variar de R$ 10 mil a R$ 100 mil. Estamos pesquisando a viabilidade econômica, o uso como fertilizante, biocombustível e também como ração – explicou o pesquisador Everton Krabbe.
A Embrapa monitora um projeto piloto no país que é o recolhimento de carcaças nas propriedades por uma empresa de Seara, gerando biocombustível a partir da gordura e ração. Esse projeto só foi possível graças a uma mudança na legislação, que permitiu o recolhimento nas propriedades rurais. O único problema é que em março termina o prazo de vigência do projeto. A Embrapa está solicitando junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a renovação por mais um ano, para concluir os trabalhos.
Inicialmente o recolhimento nas propriedades – que é gratuito – fica inviável economicamente. O problema é que a ração para fertilizante não dá o retorno esperado. Seria mais rentável vendê-la para alimentar outros animais. Mas isso não é permitido pela legislação brasileira e ainda gera uma reação negativa no mercado, principalmente o exportador de suínos e aves.
Krabbe explica que há países interessados no produto, que está pesquisando esse uso, mas seria necessária uma alteração na legislação para o produto ser certificado pelo Ministério da Agricultura. O pesquisador afirma que antigamente as propriedades usavam o sistema de compostagem, que era recomendado pela Embrapa, mas atualmente não atende a demanda.
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– Há 20 anos, granjas tinham cinco mil frangos, agora tem 50 mil. Um produtor que tinha 100 porcas agora possui 500, com isso o sistema de compostagem não dá mais conta – avalia.
Outros projetos da Embrapa
Biogás – O projeto de transferência de tecnologias para a produção e uso de biogás procura alternativas que permitam reduzir impactos de forma eficiente e, na medida do possível, agregar valor aos resíduos, com gestão da água na propriedade rural, geração de energia limpa (biogás); e produção de fertilizantes orgânicos e organominerais a partir dos resíduos animais.
Mapa genético do suíno – ´Trabalha a identificação de genes de interesse para a suinocultura por meio de genotipagem em grande escala e comparação de metodologias de seleção.
Sanidade das poedeiras – O projeto boas práticas de produção na postura comercial serve para melhorar a gestão, qualidade e biosseguridade das granjas comerciais de postura.
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Monitoramento dos javalis – O projeto monitora a população de javalis, orienta sobre o controle populacional e a vigilância sanitária.
Algas para suínos: Utilização de biomassa de microalgas para a produção de suínos. É um dos projetos com o objetivo de reduzir a dependência de milho em SC.