A alta do dólar, que nesta segunda-feira chegou próximo dos R$ 4,00, traz impacto para a economia catarinense, principalmente para as agroindústrias, já que frango e suínos representam cerca de 30% das exportações do estado, que foram de US$ 5 bilhões nos primeiros sete meses de 2018. A moeda americana, que iniciou o ano a R$ 3,25, já subiu cerca de 20%.
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– É uma faca de dois gumes, num primeiro momento vai ajudar nas exportações, principalmente no resultado em reais, mas também pode aumentar os custos dos insumos importados e também do preço do milho- afirmou o direto-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, também considera que a alta da moeda americana traz prós e contras para o agronegócio catarinense.
– A curto prazo traz benefícios para as exportações de carnes de frango e suínos, o que beneficia as agroindústrias, que tem os produtos prontos para exportar. Mas também a gente nota que está subindo o custo dos adubos e herbicidas, o que impacta no custo do plantio das lavouras – disse Pedrozo.
Ele afirmou que os agricultores devem fazer a venda futura de parte da safra, aproveitando o dólar alto, pois há um risco de queda no momento da colheita.
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O diretor-executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Ivan Ramos, disse que o preço dos fertilizantes já aumentou cerca de 30% desde o início do ano, devido à valorização do dólar e também de outros custos, como o frete.
– Cada vez que sobe o dólar sobe também o valor dos fertilizantes. Mas lembrando que, na prática, o insumo custa menos do que o grão. Se o produtor fizer a venda casada consegue recuperar no preço – disse o diretor da Fecoagro.
A saca de 60 quilos de soja está em R$ 79,00 contra R$ 60,00 em agosto do ano passado. O milho está em R$ 36,00 a saca, contra R$ 22,00 de agosto do ano passado.