Um comitê de gestão de crise foi criado nesta sexta-feira, em Chapecó, para acompanhar a situação dos setores de carnes, que vem sofrendo com a suspensão das compras de suínos da Rússia desde dezembro do ano passado e com embargo europeu a 20 plantas brasileiras, sendo três da BRF em Santa Catarina: Chapecó, Capinzal e Concórdia.

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O comitê foi criado com a presença do presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva Júnior, do diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Mendes, do presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, do diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina e da Associação Catarinense de Avicultura, Ricardo Gouvêa, além de representantes da Aurora e BRF.

De acordo com o presidente da CNA é necessário estabelecer um pacto entre o produtor e a indústria para que todos sejam adequadamente remunerados.

Para o diretor da ABPA, Ariel Mendes, o mais importante é manter o sistema produtivo.

– Entendemos que a crise é temporária, já passamos por outras crises, isso não é novidade, o importante é proteger o integrado e preservar as parcerias – destacou.

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Depois da BRF de Capinzal, Aurora dará férias para duas unidades

Ariel Mendes afirmou que mesmo nas unidades em férias coletivas, como na BRF de Capinzal, a indústria está bancando um valor que é o custo de manutenção. Já a Aurora, que vai dar férias coletivas em Abelardo Luz, em junho, e Guatambu, em julho, vai manter a produção apenas aumentando o intervalo entre os lotes. Entre as três unidades serão quase seis mil funcionários em férias.

Em relação aos funcionários Mendes disse que não há previsão de demissões, exceto se ocorrer um agravamento da crise.

Ele destacou que a entidade também está buscando junto às instituições bancárias uma flexibilização nos financiamentos.

A estimativa da ABPA é que os embargos podem causar prejuízos entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões até o final do ano.

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O diretor da entidade afirmou que, mesmo que o Brasil confirme um painel na Organização Mundial do Comércio contra os europeus, o melhor é tentar retirar as suspensões, pois demoraria menos.

Ele acredita que as férias coletivas vão equilibrar a oferta de frango no mercado. Além disso a entidade está buscando ampliar as vendas de frango para China e México. Uma missão mexicana dever vir ao Brasil até junho para habilitar 30 plantas frigoríficas.

Outra medida é buscar a venda de suínos para o México e a reabertura da Rússia, que está prevista para a segunda quinzena de maio.