As cooperativas de Santa Catarina estão reeditando neste ano o Plano de Incentivo ao Plantio de Milho, com o objetivo de estimular os produtores a cultivarem o cereal, que nos últimos anos vem perdendo espaço para soja. De acordo com o diretor-executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Ivan Ramos, a Aurora Alimentos já aderiu ao programa e comprará um milhão de sacas do produto.
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O programa funciona com compra futura com valor definido. Ou seja, o produtor que aderir ao plano terá garantia de R$ 35 a saca, valor que será pago pelas cooperativas, para receber no próximo ano. Se o milho for a R$ 30 ou R$ 40, ele recebe o mesmo valor. As agroindústrias pagarão entre R$ 38 e R$ 40, dependendo da distância.
– Nós gostaríamos que outras agroindústrias também aderissem ao Programa, mas por enquanto a Aurora aderiu e também as cooperativas farão a compra futura para atender parte de sua demanda nas fábricas de ração. Neste preço, o produtor paga seus custos e ainda tem uma rentabilidade de 30% – disse Ramos.
Ele destacou que o contrato com preço definido é uma garantia tanto para o produtor, quanto para a indústria. Há dois anos, o programa foi lançado a R$ 34 a saca e teve a adesão de pouco mais de 30 mil hectares. Na safra do ano seguinte, o preço da saca de milho caiu para R$ 22. O produtor perdeu dinheiro e a agroindústria teve vantagem. Só que no ano passado, o programa não foi reeditado. E o preço do milho foi a R$ 35 para o produtor e mais de R$ 40 para as indústrias.
Detalhe, o produtor pode pegar os insumos nas cooperativas e só pagar no ano que vem. O volume contrato ainda representa entre 2% e 3% do que foi produzido na última safra catarinense, que foi de 2,5 milhões de toneladas. A demanda do Estado é de 6,5 milhões de toneladas.
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No ano passado a área plantada de milho foi de 311 mil hectares, numa queda de 14% em relação ao ano anterior.